Páscoa: A escrita para a ressurreição e os valores

Maria Teresa Maia Gonzalez fala do seu trabalho à luz da fé

Lisboa, 04 abr 2015 (Ecclesia) – A escritora Maria Teresa Maia Gonzalez percebeu “aos poucos” que Deus lhe dava a conhecer a “missão” de escrever através de um processo de construção e intervenção em áreas como a “espiritualidade”, que ajuda a superar as dificuldades.

“Todos somos templos em construção e é para mim um privilégio poder ajudar a construir esses templos maravilhosos que são os seres humanos. A espiritualidade é o grande tema que mais me interessa desenvolver na criança e no jovem”, explica à Agência ECCLESIA.

Para a autora de livros para crianças e adolescentes, o “campo dos afetos” e os “combates do dia-a-dia” são áreas que fazem parte dos assuntos que aborda nos seus livros onde percebe-se que a situação de dor – doença, divórcios, abandono, medos – está associada a um processo de ressurreição, de ultrapassar as dificuldades.

“Não é possível fazer isso sem falar das perdas. Elas podem causar grande sofrimento, e causam, mas são elementos indispensáveis na construção do templo que todos estamos destinados a ser”, considera Maria Teresa Maia Gonzalez, para quem Deus “não espera menos” que todos sejam menos do que “templos grandes, catedrais”.

Neste processo, a escritora comenta que antes existem “muitos combates a travar” onde é preciso “aprender” a lidar com as perdas e a perceber que mesmo no “falhanço” se pode aprender, por isso, a situação de morte, integral ou não, prevê a “ressurreição, o ressurgir mais forte”.

“Sou cristã, católica, tenho esperança e o fundamento é Cristo que ressuscitou e me prometeu a ressurreição”, acrescenta.

Como escreve nas histórias dos seus livros, Maria Teresa Maia Gonzalez acredita que um “desaire” pode contribuir para que a pessoa saía “mais forte, mais capaz, mais resiliente” e é isso que tenta transmitir, a “esperança” e a ideia de aprendizagem a partir das perdas.

Para a entrevistada, esta missão de ajudar através da escrita é “fundamental”, uma vez que considera “errada” a ideia de sucesso transmitida pelos meios de comunicação social e mesmo nas escolas.

“Para alguns jovens ter sucesso é nunca perder, é ganhar muito dinheiro, ter roupas na moda, ser muito bonito e quando perdem alguma destas coisas transforma-se numa fatalidade sem solução”, exemplifica.

Segundo a autora “é preciso ajudar” a construir seres humanos transmitindo a ideia de que o sucesso “é uma conquista permanente” e ser feliz “não tem a ver com o não sofrer”.

Neste contexto, os livros de Maria Teresa Maia Gonzalez veiculam valores, e valores cristãos, “às vezes” sem que os leitores “percebam” porque estes podem “nunca ter ouvido” falar neles.

“Em certas escolas, bibliotecas, dá-me a sensação que os pais nunca falaram de certos valores e os professores agradecem porque eles precisavam”, disse ainda.

HM/CB

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Agência ECCLESIA

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