Páscoa 2020: «Em tempo de profunda perturbação» convida «a testemunhar e a partilhar» – Bispo do Algarve

D. Manuel Quintas fez um «triplo convite» à fé, à alegria e «ao anúncio e ao testemunho»

Foto: Folha do Domingo

Faro, 12 abr 2020 (Ecclesia) – O bispo do Algarve afirmou hoje que o convite bíblico «não tenhais medo» é a “saudação e proclamação de fé” que a celebração da Páscoa, “em tempo de profunda perturbação”, convida “a professar, a testemunhar e a partilhar”.

“Se por um lado, a nossa tristeza é mútua por não nos ser possível celebrar de outro modo o dia de Páscoa, dia por excelência para nós cristãos, por outro, confortamo-nos mutuamente com a nossa comunhão espiritual, alimentada hoje pela alegria que nos vai no coração e que brota de quanto celebramos”, afirmou D. Manuel Quintas.

Na homilia do dia de Páscoa, o bispo do Algarve assinalou que, para além de “todas as consequências nefastas deste vírus”, assusta “o silêncio que povoa as cidades”, que se abateu sobre o “relacionamento social e humano” e “impede até de estar com a família alargada, “inclusive no dia de Páscoa”.

“Antes, a agitação quotidiana não nos deixava respirar, agora, sem ela, parece que nos falta o ar. É para o silêncio, para o deserto que Deus convida o seu povo para lhes falar ao coração, para lhes falar de amor e de misericórdia. Convidando-nos a repensar a verdade da nossa fé e da nossa confiança nele e a qualidade do culto que lhe prestamos. Convidando-nos a questionar os princípios que inspiram as nossas opções e as nossas atitudes”, exemplificou.

Segundo D. Manuel Quintas, Deus convidando as pessoas a perceberem a “vulnerabilidade humana e das falsas e supérfluas seguranças” em que apoiam os projetos, os seus hábitos e estabelecem prioridades.

“Cristo ressuscitou, alegremo-nos. O mundo de hoje precisa deste nosso testemunho alegre, de amor, de esperança e de vida. Não guardemos para nós o que é para ser anunciado e partilhado com todos”.

Na celebração transmitida online, presidida na Sé de Faro, o bispo do Algarve afirmou que “a ressurreição não é algo do passado” e realçou que “o ser humano renasceu muitas vezes de situações que pareciam irreversíveis”.

“Esta é a força da ressurreição e cada evangelizador é um instrumento deste dinamismo. Celebrar a Páscoa é também deixar-se contagiar pela alegria e pela esperança”, acrescentou.

D. Manuel Quintas fez um “triplo convite” aos fiéis, à fé, “que é adesão a Cristo Ressuscitado”, à alegria, “unida à esperança”, e “ao anúncio e ao testemunho” de quanto estavam a celebrar na Missa de Páscoa.

“Hoje queremos voltar a escutar com maior atenção a alegre e surpreendente notícia do anjo às mulheres: «Não tenhais medo, ressuscitou»”, disse o bispo do Algarve, que destacou o convite a “lançar um olhar de fé sobre a vida”, que significa “acreditar num Deus que ama verdadeiramente, que está vivo, que é capaz de intervir misteriosamente”.

CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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