Bispo de Angra afirma que a «esperança é sempre algo que deve animar» os católicos
Angra do Heroísmo, Açores, 06 abr 2020 (Ecclesia) – O bispo de Angra pediu aos fiéis que interiorizem que este ano a celebração da Páscoa será diferente, por causa da pandemia de Covid-19, e “reconheçam” que estão a privar-se “de um bem essencial”, pela saúde e a vida de muitas e muitas pessoas.
“Apelava que continuemos neste sentido de termos o cuidado de nos recatarmos, de não infringirmos as normas que estão postas para que todos nos sintamos mais seguros e não contagiarmos aqueles que connosco convivem ou nos contagiarmos”, disse D. João Lavrador.
Em declarações à Agência ECCLESIA e ao sítio online diocesano ‘Igreja Açores’, o responsável católico salientou que a “esperança é sempre algo que deve animar” os católicos, uma esperança que vem porque “Jesus Cristo ressuscitou, venceu a morte” e “para toda a humanidade abriu o horizonte para uma vida nova”.
O bispo de Angra incentivou a viver “este tempo dramático com esperança”, e num sentido de uma renovação “não só pessoal mas também comunitária, eclesial e social”, unidos à paixão, à morte, à Ressureição de Jesus Cristo.
A Páscoa é a celebração deste mistério, mas um mistério que penetramos porque ele nos foi revelado, Jesus entregue, Jesus moto e Jesus ressuscitado e celebramos isto como um tríduo. Desde a ceia pascal, a paixão e morte de Jesus e a vigília pascal, como a grande manifestação de alegria pela Ressureição de Jesus Cristo. Três dias com uma única celebração”.
“Se soubermos interiorizar, viver em profundidade, procurarmos tirar sentido em tudo o que nos envolve, então sairemos de tudo isto, que é um flagelo para todos, mais reconfortados, certamente há uma humanidade nova que vai ressurgir”, assinalou D. João Lavrador.
O bispo de Agra e das ilhas dos Açores começou por saudar “toda a diocese e apelar à serenidade, apelar à responsabilidade”, e ao sentido de comunhão entre todos.
“O tempo é favorável, em primeiro lugar, a este contexto de comunhão entre todos, sabendo que é uma causa comum que todos estamos a viver. Por outro lado, à serenidade necessária, há muitos momentos dramáticos na vida das pessoas que exigem uma serenidade maior para termos o equilíbrio, termos a possibilidade de pensar e reagir, para o bem de todos, o bem comum”, desenvolveu.
D. João Lavrador destacou a “responsabilidade que compete a todos”, porque é uma causa comum que une e “o inimigo é bastante desconhecido”.
Neste contexto, o bispo de Angra explica que está a fazer “o que qualquer cidadão está a fazer e deve fazer”, ou seja, está “recolhido” na casa episcopal que “está feita num convento”.
Tenho mais tempo naturalmente para rezar, para a meditação, para me dedicar à leitura, também alguns trabalhos; E também fazendo a ligação que é possível para ajudar os padres a reagendarem aquilo que não pode ser feito nos próximos tempos e projetando o que pode vir a partir da própria epidemia”.
Sobre a atual situação de isolamento social, D. João Lavrador destaca que “Deus dá bênçãos” para responder a tempos que “são muito difíceis imaginar” se não existissem as redes sociais e o digital, porque num mundo de “comunicações mais tradicionais seria algo muito dramático e muito difícil”.
“E temos a sensibilização de todos os meios de comunicação social que estão despertos a ajudar a que nos diversos setores da sociedade e também na Igreja ajudemos a expandir a nossa mensagem, por isso é que desde a primeira hora, quero dar uma palavra de apreço ao padres, aos párocos, a muitas famílias, os jovens que estão a usar as redes sociais, os meios digitais, com capacidade para irmos ao encontro das pessoas sem que saiam de casa”, acrescentou, incentivando as pessoas a centrarem-se em si, nos outros “e com Deus”.
Ao longo da Semana Santa, a ECCLESIA publica mensagens em vídeo dos bispos portugueses, com a colaboração dos serviços diocesanos, a respeito da celebração da Páscoa em tempos de pandemia.
CB/OC
A Agência Ecclesia agradece às várias dioceses o envio da gravação das mensagens pascais