Partir para a missão em casal

Em Dezembro de 2000, Ricardo e Elizabeth partiam em missão para Moçambique por um período de dois anos. Deixaram família e amigos, abraçando juntos o desafio em Mapinhane, Inhambane, integrados no movimento dos Leigos Missionários da Consolata.

Para os recém-casados, o primeiro impacto foi “muito difícil”, conta Elisabeth Santos: “Não havia nada na missão para onde fomos, era apenas a escola de um lado e a missão do outro”.

A falta da família e dos amigos foi a principal dificuldade para o casal, mas o entusiasmo e o amor que os unia ultrapassou as barreiras. Movia-os o sonho de ajudar na educação das crianças moçambicanas, em Maputo. Ao mesmo tempo, foram consolidando outros sonhos, enquanto família.

“Já conhecíamos Maputo, as suas condições de saúde, sabíamos que era possível termos crianças ali” revela a missionária.

Quando tiveram Raquel, a primeira filha, perceberam que dois anos não chegavam para completar o projecto familiar e o trabalho missionário.

“Estávamos a conseguir dar-nos muito, aos outros, entre nós, enquanto casal, e vimos que era possível ficarmos mais tempo”, recorda Elisabeth Santos.

Acabaram por ficar seis anos, tempo em que viram nascer mais dois filhos e em que consolidaram a sua relação com a comunidade e enquanto casal.

Colaboravam com os padres, irmãos e irmãs da Consolata, partilhando juntos todos os frutos do seu trabalho.

Elisabeth Santos trabalhava na escola, com as crianças, e todo o dinheiro que recebia, no final do mês, ia para a caixa da comunidade onde estavam inseridos.

“Tanto eu como o Ricardo, não nos sentiríamos bem se não contribuíssemos para a casa”, afirma, comparando a vida comunitária a uma família.

Foram para Moçambique para dar, mas vieram de lá com muitas dádivas na bagagem. Para além da bênção dos filhos, Elisabeth Santos destaca “a coesão que ganharam enquanto casal”, que os tornou um muro inabalável perante as dificuldades.

O trabalho em Moçambique funcionou para o casal Elisabeth e Ricardo Santos como uma experiência de partilha e de descoberta. Ao cumprirem a sua vocação missionária, descobriram também o seu projecto de vida em comum.

Apoiam o projecto ‘Desafio para Moçambique’, que, desde 2003, já apadrinhou cerca de 300 estudantes moçambicanos. Com a fundação Evangelização e Culturas, lançaram ainda o Projecto “Entre Povos” que enviou um casal para o sul de Moçambique, para apoiar o Centro de Promoção Humana da Missão de Guiúa.

A história de Ricardo e Elizabeth é a primeira a ser relatada no programa da Igreja Católica na Antena 1 (Segunda a Sexta, 22h45; Domingo, 06h00), que dedica nos próximos dias uma atenção particular ao voluntariado missionário.

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