O Vaticano publicou esta semana um documento onde se pede às paróquias e aos outros grupos da Igreja que acolham o sem-abrigo. Numa sociedade que lê às relações sociais em função de pressupostos economicistas, refere o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI), é importante destacar que os sem-abrigo têm uma “singularidade irrepetível”. O documento agora apresentado condensa as conclusões do Encontro Internacional promovido em Novembro do ano passado, pelo CPPMI. Ali se apresenta um plano de acção, com recomendações para a Igreja e a sociedade. “A comunidade local, a Igreja, o Povo de Deus são chamados a acreditar no futuro das pessoas, mesmo que não tenham um tecto”, aponta. O CPPMI frisa que “os pobres fazem parte da comunidade eclesial e, como tal, devem ser acolhidos ao lado das famílias em dificuldade”. Em particular, é pedido aos sacerdotes e directores espirituais que estejam ao lado dos sem-abrigo “sobretudo nas situações críticas da sua vida e em ocasiões de luto”. Mais de mil milhões de seres humanos não têm um tecto para se abrigarem, 3 milhões dos quais na Europa Ocidental. “Cada um deles tem a sua história e é preciso ouvi-la”, refere o documento do CPPMI, que apela a uma mudança na percepção que os sem-abrigo têm de si próprios. O Vaticano espera que a estas pessoas seja proporcionada a oportunidade de “participar na vida social e eclesial, na medida do possível”, tendo em conta as suas “experiências, convicções, culturas e necessidades”.