O IV Parlamento das Religiões do Mundo, que esta terça-feira se concluiu em Barcelona, vai estudar a possibilidade de se associar a vários organismos das Nações Unidas e a outras organizações com práticas de responsabilidade social, de modo a dar mais eficácia às suas acções sociais. A ideia foi transmitida por Dirck Ficca, director-executivo do Conselho do Parlamento, ao encerrar a reunião que, durante sete dias, juntou cerca de oito mil pessoas de muitas religiões diferentes. Para acompanhar a concretização dos compromissos assumidos em público por centenas de pessoas e organizações, o Conselho do Parlamento irá ainda criar um manual de boas práticas e uma rede de comunicação na Internet. Os compromissos tomados na última semana em Barcelona serão depois avaliados no próximo parlamento. Na sua avaliação, Ficca diz que o parlamento realizado em Barcelona desde o dia 7 de Julho e foi muito positivo. “A diferença fundamental em relação a outras conferências que tratam questões semelhantes é que quando as pessoas de fé dizem que irão fazer alguma coisa, fazem-no mesmo”, afirmou o responsável. “Esta é a razão pela qual os compromissos terão um impacto significativo; e esta é a razão pela qual todos os esforços para celebrar este parlamento valeram a pena”, acrescentou. O responsável da arquidiocese de Barcelona, Jaume González-Agápito, notou no seu balanço final da iniciativa, a par dos aspectos positivos, o que considerou um excesso de “exotismo, folclore e superficialidade de alguns debates”. O final do IV Parlamento das Religiões do Mundo foi a oportunidade de quase 8 mil líderes religiosos de todo o planeta assumirem compromissos na luta contra a violência religiosa e em assuntos como o acesso à água potável, a defesa dos refugiados e a eliminação da dívida externa dos países em vias de desenvolvimento. Esta vontade das várias religiões em ter intervenção social e política no reordenamento mundial e não ficar remetidas a um papel estritamente espiritual foi constante nesta semana.
