Paris: Comissão Nacional Justiça e Paz condena atentados e «instrumentalização da religião»

Organismo católico realça importância do diálogo e do combate à injustiça

Lisboa, 19 nov 2015 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) manifestou hoje a sua condenação dos ataques terroristas que atingiram Paris na última sexta-feira e defendeu uma resposta baseada no diálogo, contra a “instrumentalização da religião”.

“Como reposta a estes atentados e o que eles representam, para além de medidas militares e de segurança que sejam necessárias para evitar a sua repetição, importa acentuar que a resposta mais forte e duradoura é sempre a que opõe o bem ao mal e o amor ao ódio”, refere uma nota da organização católica, enviada à Agência ECCLESIA.

Segundo a CNJP, os ataques que provocaram cerca de 130 mortes e centenas de feridos sublinham a necessidade de “reforçar o diálogo inter-religioso contra toda a instrumentalização da religião para justificar a violência”, citando o Papa Francisco para considerar uma “blasfémia” o uso do nome de Deus nestes casos.

O organismo ligado à Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifesta solidariedade às vítimas e seus familiares, bem como ao povo francês em geral.

“Foi atingido o coração de uma civilização que, com todas as suas imperfeições e incoerências, procura orientar-se pelos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade”, lamenta a CNJP.

A nota desafia os responsáveis políticos e a sociedade civil a “colmatar o vazio de ideais por que valha a pena dar a vida”, um vazio com que se deparam “os jovens de muitos países, que leva a que estes se sintam atraídos por formas perversas de radicalismo”.

“Há que combater a pobreza e a injustiça que favorecem a adesão a movimentos terroristas que exploram o desespero das vítimas dessa pobreza e dessa injustiça”, acrescenta o documento.

Para esta comissão, há bons sinais que surgem nos últimos dias, a começar pela “unidade na dor e na indignação, para além de divisões ideológicas ou religiosas”.

A CNJP, organismo de leigos católicos, é atualmente presidida pelo jurista Pedro Vaz Patto.

OC

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