Andrew Parsons assina artigo no jornal do Vaticano
Cidade do Vaticano, 28 ago 2024 (Ecclesia) – O presidente do Comité Paralímpico Internacional defendeu, em artigo publicado pelo jornal do Vaticano, que a edição dos Jogos Paralímpicos que se inicia esta tarde, em Paris, é um “farol de esperança” num mundo em guerra
“Nestes tempos terríveis de guerra e conflito, os espetaculares eventos desportivos serão mais uma vez um farol de esperança, com atletas de todo o mundo a juntarem-se em harmonia e competição pacífica”, refere Andrew Parsons.
O responsável sublinha, num artigo para o ‘Osservatore Romano’, que desde a primeira edição em Roma, em 1960, os Jogos Paralímpicos foram “muito além do desporto e do sucesso das medalhas”.
“São, de facto, um paradigma do que pode e deve ser uma sociedade inclusiva e acolhedora”, sustenta.
A cerimónia de abertura vai reunir cerca de 4400 atletas de 180 países, incluindo Portugal.
O presidente do Comité Paralímpico Internacional elogia os “níveis excecionais de resiliência e respeito mútuo” destes desportistas.
A união, a paixão e o desempenho atlético dos atletas paralímpicos trazem esperança. Esperança de inclusão, esperança de harmonia e, acima de tudo, esperança de paz. A esperança faz parte da experiência humana e eu rezo, mais do que nunca, para que os Jogos Paralímpicos de Paris contribuam para um mundo melhor e mais pacífico”.
Andrew Parsons considera que estes Jogos são uma demonstração do que “as pessoas com deficiência podem alcançar o mais alto nível, quando as barreiras ao sucesso, em todos os domínios sociais, são eliminadas”.
“Seria extraordinário se todas as pessoas neste planeta tivessem a oportunidade de realizar o seu potencial, especialmente vivendo em paz”, indica.
O nadador Diogo Cancela e a atiradora Margarida Lapa vão ser os porta-estandartes de Portugal na cerimónia de abertura, que decorre nos Campos Elíseos e na Praça da Concórdia, a partir das 20h00 locais (19h00 em Lisboa).
No prefácio do livro ‘Giochi di pace. L’anima delle Olimpiadi e delle Paralimpiadi’ (Jogos de paz. A alma dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos), publicado, o Papa encoraja a experiência desportiva inclusiva.
“Penso nos atletas com deficiência: fico sempre impressionado ao ver as suas performances e ouvir as suas palavras. O objetivo do movimento paralímpico não é apenas celebrar um grande evento, mas demonstrar o que as pessoas – feridas pela vida – conseguem fazer quando têm condições para tal”, escreve.
“Se isto se aplica ao desporto, também deve aplicar-se à vida quotidiana”, acrescenta.
Entre as 168 delegações participantes na competição, que reúne atletas com deficiência – intelectual, motora, visual ou paralisia cerebral, está uma equipa de refugiados.
Portugal está representado por 27 atletas, num número recorde de 10 modalidades.
OC