Paris 2024: Papa pede que «todos respeitem a trégua olímpica»

Francisco multiplicou mensagens em favor da paz, por ocasião dos Jogos Olímpicos

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 26 jul 2024 (Ecclesia) – O Papa pediu que todos respeitem a “trégua olímpica”, assinalando a realização dos Jogos de Paris 2024, cuja cerimónia de abertura decorre hoje, na capital francesa.

“Enquanto a paz no mundo está seriamente ameaçada, desejo calorosamente que todos respeitem a trégua olímpica, na esperança de resolver os conflitos e restabelecer a concórdia”, escreveu Francisco, na sua conta da rede social X (antigo Twitter).

A mensagem pede ainda que “Deus ilumine as consciências de quem está no poder”.

Ainda hoje, o Papa escreveu que “o autêntico espírito olímpico e paralímpico é um antídoto para não cair na tragédia da guerra e acabar com a violência”.

“Que o desporto possa construir pontes, derrubar barreiras e favorecer relações de paz”, indica o texto, acompanhado pelos marcadores (hashtags) #TréguaOlímpica #Paris2024.

No último domingo, o Papa tinha reforçado o seu apelo a uma trégua nos Jogos Olímpicos (JO) e Paralímpicos, segundo a tradição da antiguidade grega, elogiando a “força social” do desporto.

“Seguindo a antiga tradição, desejo que os Jogos Olímpicos sejam uma ocasião para estabelecer uma trégua nas guerras, mostrando uma vontade sincera de paz”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus.

Os JO de Paris2024 decorrem entre 26 de julho e 11 de agosto.

Francisco afirmou que o desporto “tem uma grande força social, capaz de unir pacificamente pessoas de culturas diferentes”.

“Desejo que este evento possa ser sinal do mundo inclusivo que queremos construir, e que os atletas, com o seu testemunho desportivo, sejam mensageiros de paz e modelos válidos para os jovens”, assinalou.

A Igreja Católica na França lançou o projeto ‘Holy games‘ (Jogos Santos),  explicando que a iniciativa se inscreve “na longa tradição de companheirismo entre a Igreja, o mundo do desporto e o mundo olímpico em particular”  com a “presença de numerosos representantes das instituições católicas e desportivas francesas”.
“Com 20 milhões de visitantes esperados, 15 mil atletas e 45 mil voluntários envolvidos, o desafio da hospitalidade é considerável. O desporto, e os Jogos Olímpicos em particular, são uma oportunidade de ‘encontro, formação, missão e santificação’, como nos recordou o Papa Francisco em 2018”, indica a Conferência Episcopal Francesa.A comunidade ecuménica  de Taizé está envolvida na organização dos tempo de oração, para “acompanhar espiritualmente” os JO.

 

Tradicionalmente, a ONU decreta uma trégua olímpica, que começa sete dias antes dos Jogos Olímpicos e se conclui sete dias após os Jogos Paralímpicos (19 de julho a 15 de setembro, em 2024).

A 19 de julho, o Papa associou-se à Missa de abertura da “trégua olímpica” na igreja de La Madeleine, em Paris, convidando a procurar caminhos de paz.

“Nestes tempos conturbados, em que a paz mundial está seriamente ameaçada, espero fervorosamente que todos respeitem esta trégua na esperança de resolver os conflitos e restaurar a harmonia”, refere, no texto dirigido ao arcebispo da capital francesa, D. Laurent Ulrich.

Francisco reza para que Deus “ilumine as consciências dos governantes” e abençoe os esforços dos “construtores de paz”.

A mensagem papal apresenta o evento como “uma ocasião imperdível para que todos aqueles que vêm de todo o mundo se descubram e se valorizem mutuamente, para quebrar preconceitos, para fomentar a estima onde há desprezo e desconfiança, e a amizade onde há ódio”.

“Os Jogos Olímpicos são, pela sua própria natureza, um evento de paz e não de guerra”, refere.

Espero que a organização destes Jogos proporcione ao povo francês uma excelente oportunidade de harmonia fraterna, que nos permita ultrapassar as diferenças e as oposições e reforçar a unidade da nação”.

Francisco apresentou o desporto como “uma linguagem universal que ultrapassa fronteiras, línguas, raças, nacionalidades e religiões”, com a “capacidade de unir as pessoas, de encorajar o diálogo e a aceitação mútua”.

“Os Jogos Olímpicos, se forem verdadeiramente ‘jogos’, podem, pois, constituir um ponto de encontro excecional entre os povos, mesmo os mais hostis. Os cinco anéis entrelaçados representam este espírito de fraternidade que deve caraterizar o acontecimento olímpico e a competição desportiva em geral”, sustentou.

No prefácio do livro ‘Jogos de Paz’, que foi divulgado a 13 de junho, o Papa desejava “uma trégua desencadeada pela linguagem popular olímpica comum, compreensível para todos, em todas as latitudes”.

Francisco acredita que o “autêntico espírito olímpico e paralímpico” com as suas “histórias humanas de redenção e fraternidade” pode ser um “canal diplomático original” e um “antídoto” para pôr fim à violência e à guerra.

Portugal vai estar representado em Paris por 73 atletas, de 15 modalidades.

CB/OC

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