José Luís Nunes Martins
Para que servem as tuas forças senão para atenderes aos mais fracos? Aqueles que nada podem fazer por ti… aqueles que quase ninguém quer ver.
O valor de cada pessoa depende do que é capaz de fazer por quem nada pode fazer por ela. Não se trata de uma qualquer reciprocidade, mas da pura gratuitidade do amor.
O movimento de ser é sempre uma emanação de mim para o outro. Ser é dar. Ser é ser para o outro. Até o egoísta o é porque se preocupa em explorar o outro até ao limite.
Um problema da nossa sociedade é a fraca vontade de ser. Parece que cada vez há mais gente a arrastar-se. Têm forças que não usam e talentos que não trabalham. E porque são muitos a ser assim, onde devia haver relação há afastamento. Desertos onde devia haver jardins.
Ser é fazer real uma interioridade cheia de sonhos que são sementes de mundo.
Os dons pessoais que cada um de nós possui devem ser concretizados. É nossa obrigação procurar alimento e cuidado para os talentos de que somos capazes. São capacidades que devem evoluir, não são aptidões instantâneas e permanentes.
A vontade é a nossa maior força, assim a saibamos usar para, começando por reconhecer as próprias fraquezas, delas fazer motivo de superação.
Em que podemos e devemos acreditar? O que dá sentido à vida, por mais dura que possa ser? O que nos pode salvar?
O amor.
Só o amor é digno de fé.
Faz-te forte, amando.