José Luís Nunes Martins
É difícil ter de pensar nos piores cenários possíveis, mas talvez seja muito importante. A vida é feita de muitas mudanças inesperadas, pelo que é sensato esperar pelo que não se está à espera!
Passamos a vida a sonhar com os melhores cenários e a temer muitos outros que nunca hão de acontecer. Talvez fosse melhor não sonhar nem temer em demasia, mas admirar a vida como ela é e vivê-la tal como ela é, com verdade e sem ilusões.
O que é o mais importante na tua vida? Os dinheiros e as ambições ou as pessoas e o amor por elas? Muitos responderão que a família é mais importante do que o trabalho, mas depois, no dia a dia, dedicam quase todo o seu tempo ao trabalho e pouco lhes resta para a sua família… E como há famílias em que quase todos fazem mais ou menos o mesmo… de família, afinal, terão menos do que julgam.
Se, por acaso, uma desgraça se abate, todas as escolhas são postas em causa. E, para piorar a tragédia, há quem, nessa situação, perceba que aquilo que desejava ser impossível não só era possível como, de facto, aconteceu. Nesses momentos, torna-se claro que dedicamos demasiada da nossa preciosa – e única – vida a coisas sem importância.
A felicidade não se alcança através de grandes feitos, mas de muitas pequenas coisas que quase nunca costumamos saborear… a não ser quando deixam de acontecer… e, nessa altura, o arrependimento vem piorar o que já é mau.
Para onde irias se tivesses perdido tudo? E se não fosses tu a perder tudo, mas sim toda a tua família a ficar sem nada? O que aconteceria a cada um? Será que alguém ficaria grato por não ter perdido nenhum dos seus?
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