Cristã tinha sido condenada à morte por alegada blasfémia
Lisboa, 04 dez 2018 (Ecclesia) – O Supremo Tribunal do Paquistão rejeitou hoje um recurso contra a sua decisão de absolver a cristã Asia Bibi das acusações de blasfémia, pelas quais tinha sido condenada à morte.
A decisão tem sido contestada por grupos radicais islâmicos, que exigem a execução da mulher, absolvida no final de outubro de 2018, depois de oito anos na prisão.
O recurso foi apresentado pelo religioso muçulmano Qari Salaam, depois dos protestos dos grupos islâmicos radicais contra a absolvição.
As filhas de Asia Bibi têm denunciado um clima de “ameaças” constantes após a sentença.
A mulher, mãe de cinco filhos, esteve presa após ter sido condenada à morte por blasfémia em 2010; no final de outubro, o Supremo Tribunal de Justiça do Paquistão ilibou-a de todas as acusações.
Asia Bibi e o seu marido estão sob proteção governamental, num lugar desconhecido; outros membros da família e os amigos mais próximos não puderam ficar com eles.
O Parlamento português aprovou por unanimidade, na última sexta-feira, um voto de “condenação e pesar pela perseguição, intolerância e violência contra cristãos” no mundo.
O documento expressa a “profunda preocupação” da Assembleia da República pelo “aumento da perseguição e violência contra minorias religiosas e étnicas”, especialmente nos países do Médio Oriente e continente africano, referindo que “a evolução dramática” desta situação inquieta os deputados.
O voto subscrito por todo o grupo parlamentar do CDS/PP – autor da iniciativa –, mas também por 10 deputados socialistas e três parlamentares do PSD.
OC