Paquistão: Menina cristã detida há doze dias espera decisão de tribunal

Responsável do Vaticano apela ao «diálogo» para evitar situação crítica

Lisboa, 27 ago 2012 (Ecclesia) – O tribunal de primeira instância de Islamabad vai decidir esta terça-feira sobre o pedido de libertação de Rimsha Masih, de 11 anos, presa no último dia 16 sob a acusação de “blasfémia”.

A criança, de uma igreja protestante, teria alegadamente queimado páginas de um livro com passagens do Corão e encontra-se detida.

O presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, da Santa Sé, disse à Rádio Vaticano que esta é uma situação “grave” em que se “impõe o diálogo”.

“Trata-se de uma rapariga que não sabe ler nem escrever, que recolhia lixo para viver e encontrou fragmento do livro no meio dos detritos. Antes de se dizer que um texto sagrado foi objeto de desprezo é preciso verificar os factos”, assinalou o cardeal Jean-Louis Tauran.

Em causa está o artigo 295 do Código Penal paquistanês: a secção B refere-se a ofensas contra o Corão que são puníveis com prisão perpétua; a secção C refere-se a atos que enxovalham o profeta Maomé, puníveis com prisão perpétua ou com a morte.

A defesa de Masih, menina com a síndrome de Down, pediu que esta fosse observada por uma comissão médica.

Um grupo de cristãos paquistaneses na Europa lançou, entretanto, a campanha ‘Salvemos Rimsha Masih’, pedindo a sua “libertação imediata”, segundo comunicado divulgado pela agência Fides, do Vaticano.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top