Casal foi atirado para dentro de um forno
Cidade do Vaticano, 04 nov 2014 (Ecclesia) – A agência Fides, do Vaticano, revelou hoje que os cristãos paquistaneses Shahzad Masih e Shama Bibi, de 26 e 24 anos de idade, foram queimados vivos por uma multidão de muçulmanos, sob a acusação de “blasfémia” contra o Corão.
O casal foi atirado esta manhã para dentro de um forno nos arredores de Kot Radha Kishan, cerca de 350 quilómetros a sul da capital Islamabad, segundo o relato do advogado cristão Sardar Mushtaq Gill, ativista dos Direitos Humanos.
Os dois cristãos, operários numa fábrica de tijolos, foram sequestrados e mantidos como reféns desde domingo, no interior do seu local de trabalho
O ataque aconteceu depois de Shama ter recolhido alguns pequenos objetos pessoais e papéis do pai de Shahzad, falecido recentemente, que queimou num pequeno monte.
Segundo um muçulmano que testemunhou esta atividade, no monte estariam páginas do Corão, informação que se espalhou pelas aldeias vizinhas e juntou mais de 100 pessoas, que atacaram os dois jovens.
A polícia já prendeu e interrogou pelo menos 35 pessoas, acrescenta a Fides.
“É uma verdadeira tragédia, um ato bárbaro e desumano. O mundo inteiro tem de condenar com firmeza este episódio, que demonstra quanto aumentou a insegurança entre os cristãos no Paquistão: basta uma acusação para serem vítimas de execuções extrajudiciais”, declarou Sardar Mushtaq Gill.
15 pessoas estão atualmente no corredor da morte no Paquistão, entre as quais Asia Bibi, uma jovem cristã e mãe de cinco filhos cujo processo já se arrasta há vários anos, por causa da “lei sobre a blasfémia”, inscrita no artigo 295, B e C, do Código Penal paquistanês.
As ofensas contra o Alcorão são puníveis com prisão perpétua; a secção C refere-se a atos que enxovalham o profeta Maomé, puníveis com prisão perpétua ou com a morte.
OC