Paquistão: Combater as cheias antes do Inverno

O padre Emmanuele Asi, membro da presidência do Instituto Teológico para os Leigos do Paquistão, defende  que a situação provocada pelas cheias no país tem de ser resolvida antes da chegada do frio, em Outubro.

Em entrevista concedida ao gabinete de imprensa das Obras Missionárias Pontifícias (OMP), que têm sede em Munique, na Alemanha, o sacerdote refere que a Igreja deve “agir de modo preciso e rápido”, já que “quando o frio chegar, se as pessoas não tiverem um abrigo e roupas pesadas, a situação vai piorar ainda mais”.

Quase 20 milhões de pessoas foram afectadas pelas cheias, de acordo com dados difundidos pelas Nações Unidas (ONU). Um rasto de destruição atravessa o Paquistão, varrido pela força das águas, que já fizeram ceder quase todas as barragens.

Em declarações difundidas pela agência Fides, o padre Emmanuele Asi refere a importância de “criar pequenas equipas de médicos e sacerdotes”, para se ocuparem principalmente de mulheres e crianças.

Acrescenta ainda que “em colaboração com a OMP, vão colocar à disposição uniformes escolares e material didáctico para as crianças”.

Muitas famílias paquistanesas perderam quase tudo com as cheias e a Igreja pretende que, pelo menos as crianças, não percam o acesso à educação.

Mesquitas e igrejas abriram as suas portas para alojar as vítimas, em contraste com o governo, já que “nenhum edifício estatal as acolhe”, lamenta o mesmo sacerdote.

Aquele responsável explica este comportamento com o temor que as autoridades têm “de que isto comportaria o fornecimento de medicamentos e alimentação por muito tempo, e sabem que não podem fazê-lo”.

Desde que as chuvas começaram a cair, há duas semanas atrás, cerca de mil e seiscentas pessoas já perderam a vida, no Paquistão. A catástrofe natural também já desalojou perto de dois milhões de paquistaneses.

As crianças são os elementos mais vulneráveis. Os dados da ONU indicam que seis milhões foram afectadas pelas águas, e pelo menos metade dessas crianças correm o risco de contraírem doenças como a diarreia, cólera e disenteria.

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Agência ECCLESIA

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