«O sequestro é um crime», denúncia D. Sebastian Shaw
Lisboa, 01 out 2019 (Ecclesia) – O arcebispo de Lahore, no Paquistão, denunciou a situação de raparigas cristãs e hindus menores de idade que estão a ser sequestradas, violadas e forçadas a casar, convertendo-se ao Islão.
“O sequestro é um crime. Tem que ser tratado como tal, essa é a única maneira de parar”, disse D. Sebastian Shaw, em informação enviada à Agência ECCLESIA.
Em declarações à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o arcebispo adiantou que na província do Punjab as investigações contabilizam “cerca de 700 jovens vítimas de sequestro”, e “muitos ocorreram recentemente”.
D. Sebastian Shaw assinala que haverá uma motivação religiosa nestes sequestros, pela conversão das jovens ao Islão, mas identifica também outras razões.
“É sempre um crime”, sublinha o arcebispo, apresentado pela AIS como um dos principais rostos da Igreja Católica no Paquistão.
Segundo a fundação pontifícia, os líderes cristãos falaram sobre este problema com o Governo depois das autoridades locais, nomeadamente a Polícia, não terem dado uma “resposta satisfatória”.
“O atual governo está a trabalhar no sentido da igualdade. Todas as pessoas devem sentir que são parte do país”, acrescentou o arcebispo, apresentado pela AIS como um dos principais rostos da Igreja Católica no Paquistão.
Neste âmbito, D. Sebastian Shaw destaca que “quase 60 % [dos fiéis] são jovens” e estão a “ajudar as pessoas” a terem uma “boa educação, de qualidade, e a tornarem-se profissionais”, o que “é algo de novo principalmente para os católicos”.
“Temos uma boa catequese e ensinamo-los por que são cristãos. Preparamo-los para o diálogo com os muçulmanos, ensinando a diferença entre diálogo e debate”, acrescentou o arcebispo que está a viver o ‘Ano do Diálogo’ na sua diocese.
A Fundação AIS lembra que apoiou, a nível internacional, 61 projetos no Paquistão, incluindo a construção de igrejas, a formação de religiosos e leigos, em 2018.
CB/OC