Paquistão: 40 cristãos libertados após cinco anos dos tumultos em Lahore

Tumultos em Lahore, em 2015, vitimou 15 pessoas e feriu 70

Lisboa, 31 jan 2020 (Ecclesia) – Cinco anos depois dos tumultos em Lahore, no Paquistão, 40 cristãos, na altura acusados injustamente, foram libertados esta semana,informa hoje a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS).

O presidente da Comissão Justiça e Paz do Paquistão, o padre Emmanuel Yousaf afirmou, em declarações à AIS tratar-se de “um grande dia”, afirmando a união de tantas pessoas que “diariamente rezavam para que o tribunal decidisse a favor”, indica um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

Os ataques a 15 de março de 2015 à igreja de São João, em Youhanabad, e contra uma igreja protestante, da responsabilidade de dois bombistas suicidas, vitimaram 15 fiéis, deixando feridos cerca de 70 pessoas.

“Após os atentados, houve uma série de tumultos com a população local a protestar pelos contínuos ataques e abusos que se vinham verificando contra a comunidade cristã. Na sequência desses tumultos, dois muçulmanos injustamente responsabilizados pelos ataques acabaram linchados pela multidão”, recorda um comunicado da AIS.

O assassinato dos dois muçulmanos levou à detenção de 42 pessoas sob a acusação de envolvimento nos crimes.

“Dois dos detidos acabariam por falecer na prisão, havendo relatos de que teriam sofrido maus-tratos físicos e «enorme pressão» para se converteram ao Islão. Os 40 restantes, apesar de terem sempre reclamado a sua inocência, acabaram por ficar atrás das grades até esta quarta-feira, dia 29 de Janeiro, altura em que o Tribunal os absolveu da prática dos crimes”, dá conta a fundação pontifícia.

O padre Francis Gulzar, pároco da Igreja de São João, em Youhanabad, “manifestou a sua satisfação pela libertação dos cristãos” mas lamentou a demora no processo.

O presidente da Comissão Justiça e Paz do Paquistão enalteceu o trabalho “jurídico” da AIS, bem como “o apoio e as orações” da instituição a favor dos cidadãos, agora libertados, e também das suas famílias “nomeadamente auxiliando na educação das suas crianças”.

LS

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Agência ECCLESIA

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