Francisco deixa apelo à unidade, para superar divisões e diferenças
Porto Moresby, 09 set 2024 (Ecclesia) – O Papa despediu-se hoje da Papua-Nova Guiné com um encontro dedicado aos jovens, na capital do país, em que deixou um apelo à unidade, para superar divisões e diferenças
“Necessitamos de uma língua que ajude a estabelecer relações com os outros, que permita interagir, que fomente amizades, que derrube os muros da divisão”, referiu, no Estádio Sir John Guise, perante cerca de 10 mil participantes.
Francisco foi recebido em clima de festa pelos jovens, com uma dança de boas-vindas e gritos de “viva”.
Falando em italiano, com a ajuda de um tradutor, o Papa desafiou os participantes a tomar a palavra para sublinhar a importância do amor e da harmonia, contra o “ódio” e a “indiferença relativamente aos outros”.
Francisco destacou que a indiferença limita tudo ao “ego”, desafiando os jovens a sentir a inquietação de “cuidar dos outros” e da “amizade”.
Deixando de lado o discurso preparado, o Papa pediu um “viva” aos avós, realçando a necessidade de diálogo entre gerações.
A intervenção aludiu aos 800 dialetos que se falam na Papua-Nova Guiné, apresentando o amor como uma “língua comum”
“A linguagem do coração, do amor, da proximidade, do serviço”, precisou
Antes da sua intervenção, Francisco ouviu responsáveis católicos e testemunhos de jovens, sobre as dificuldades que se vivem no arquipélago, um dos países mais pobres do mundo.
O Papa destacou que todos podem cometer erros, mas “o importante é tomar consciência do erro”.
“Não somos super-homens, podemos errar. Isto dá-nos uma certeza, também: devemos sempre corrigir-nos”, observou.
Retomando uma das suas reflexões tradicionais, no diálogo com as novas gerações, Francisco sustentou que, mais importante do que não cair, é “não ficar por terra”.
O Papa repetiu a recomendação de que só quando se ajuda alguém a levantar-se é “legítimo olhar outro de cima para baixo”.
No final do encontro, após a representação de uma dança tradicional e da recitação do Pai Nosso, dois jovens levaram um presente simbólico a Francisco, que deixa o Estádio e dirige-se ao aeroporto internacional de Porto Moresby, de onde ruma a Timor-Leste.
A viagem mais longa do pontificado, iniciada a 2 de setembro, inclui 44 horas e mais de 32 mil quilómetros de voo, entre Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura, onde a 45ª visita apostólica do Papa se encerra, a 13 de setembro.
OC