«Papel por Alimentos» contra a crise

Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares defende criação de «redes de solidariedade e voluntariado»

Lisboa, 04 jan 2012 (Ecclesia) – A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome (FPBA) lançou a campanha ‘Papel por Alimentos’, procurando colocar questões como a solidariedade e o voluntariado no topo da agenda social do país.

“Estamos convencidos de que, para além dos hábitos individuais onde este gesto poderá entrar, se criarão redes de solidariedade e de voluntariado que permitirão aumentar a nossa capacidade de resposta junto dos mais carenciados”, sublinha Manuel Paisana, um dos responsáveis pela iniciativa, em declarações prestadas hoje à Agência ECCLESIA.

Desde a última quadra natalícia e “sem prazo de validade”, a FPBA está a desafiar a sociedade portuguesa a recolher e separar papel não usado, como revistas e jornais, que depois poderão ser trocados por alimentos.

Cada tonelada de material entregue nos 19 bancos alimentares espalhados pelo país ou nas milhares de instituições sociais parceiras será depois “transformada” em 100 euros, através de um protocolo estabelecido entre a Federação e uma empresa de recolha e recuperação de desperdícios.

Segundo Manuel Paisana, apesar da campanha ainda estar em fase embrionária, “a vontade das pessoas em colaborar já é evidente”.

“Em Lisboa, a resposta foi imediata, logo após o Natal houve um depósito enorme de papel de embrulho dos presentes”, revelou aquele responsável, adiantando ainda que já foram trocados “três ou quatro contentores com papel”.

No que diz respeito ao número de instituições sociais que estarão envolvidas na recolha e entrega de papel, a FPBA aguarda “com expectativa” que elas “confirmem a sua disponibilidade”.

A ideia é que “elas venham com as suas carrinhas, nos dias em que costumam levantar os alimentos, trazendo ao mesmo tempo o papel que tiverem recolhido”, explica o responsável pela campanha, mostrando-se convicto de que “todas se irão envolver”.

A partir do projeto ‘Papel por Alimentos’, os bancos alimentares procuram criar “iniciativas complementares” a um trabalho de voluntariado que, todos os dias, tem permitido ajudar cerca de 1,5 milhões de pessoas com dificuldades económicas.

“Em tempos de crise e de dificuldade, é preciso ter alguma criatividade, e foi nesse âmbito que surgiu esta ideia, que passa por um pequeno gesto mas de grande significado”, salienta Manuel Paisana.

Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o Banco Alimentar do Algarve anuncia a abertura da campanha na região, num esforço que permitirá chegar a mais de 16 mil pessoas carenciadas.

JCP

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Agência ECCLESIA

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