Bento XVI deixa mensagem de esperança e defende que a vida sem Deus «não funciona» Bento XVI visitou este Domingo a prisão juvenil de Casal del Marmo, em Roma, levando aos detidos uma mensagem de esperança. O Papa sublinhou que “a vida sem Deus não funciona: falta o essencial, falta a luz, falta o grande sentido do ser homem”. Simbolicamente, o Papa colocou no centro da sua homilia a figura do Filho Pródigo. Aos adolescentes, cerca de 50 presos, recordou que os “Mandamentos de Deus não são obstáculos, mas indicadores do caminho que se deve percorrer para encontrar Deus e para construir um mundo mais livre e belo”. “Como o Filho Pródigo, é necessário portanto compreender que a disciplina e o trabalho dão outro sentido à vida”, frisou. O Papa recordou aos jovens presos que “os erros que cometemos, mesmo quando são grandes”, não prejudicam “o amor que Deus experimenta pelos homens. “No sacramento da confissão podemos partir de novo – acrescentou -; o Pai acolhe-nos restitui-nos dignidade de seus filhos e podemos assim redescobrir o sacramento do perdão, dando-nos a alegria de um coração que renasce para a vida verdadeira”. Por isso, assinalou, a “liturgia convida-nos a ficar alegres porque a Páscoa é o dia da vitória de Cristo sobre o pecado e sobre a morte”. Aos presentes, Bento XVI explicou que “devemos compreender o que é a liberdade e o que é aparência de liberdade. A liberdade é uma plataforma para mergulhar no mar infinito da bondade divina, mas poderia tornar-se também num plano inclinado sobre o qual resvalar para o abismo do pecado e do mal”. Uma vez terminada a visita, Bento XVI falou com os jovens que vivem no reformatório, que, por sua vez, manifestaram a sua alegria por ter conhecido o Papa pessoalmente. O Papa escolheu este centro penitenciário devido à grande dinâmica pastoral que se vive na prisão. Este género de visitas, contudo, não é inédito. Durante o seu Pontificado, o Beato João XXIII visitou a prisão de Regina Coeli, situada no centro da capital italiana, gesto repetido por Paulo VI. Em 2000, durante o Jubileu nas prisões, em Regina Coeli, João Paulo II pediu às autoridades de todo o mundo “um acto de clemência” para os detidos. Karol Wojtyla também entrou na prisão de Rebbibia quando, em 1983, se reuniu com Ali Agca, que o tentou assassinar. Casal del Marmo também já tinha acolhido o Papa polaco em 1980. A ligação da Santa Sé aos jovens detidos neste local é visível, para além das visitas papais, no facto de o Cardeal Agostino Casaroli, Secretário de Estado do Vaticano nos anos 80, ter sido ali capelão prisional durante muitos anos. (Com Rádio Vaticano)