Francisco quis alertar países mais «poderosos» para a necessidade de olharem para as periferias
Cidade do Vaticano, 22 set 2014 (Ecclesia) – A viagem do Papa à Albânia pretendeu ser também um sinal para a Europa, no sentido das nações mais poderosas olharem mais atentamente para os chamados países da “periferia”.
De acordo com a sala de imprensa da Santa Sé, Francisco manifestou essa esperança na conversa que teve com os jornalistas durante a viagem de avião entre Tirana e Roma, de regresso ao Vaticano.
Uma das questões levantadas durante esse diálogo foi sobre o significado da escolha da Albânia como primeiro país a visitar na Europa: se o Papa argentino pretendeu com esta iniciativa também enviar alguma mensagem aos “mais poderosos” do Velho Continente.
Francisco admitiu que a esse nível, a sua viagem quis também ser “uma mensagem, um sinal”.
O Papa confidenciou ainda que antes de seguir para a Albânia, “estudou durante dois meses o período mais difícil daquele país, para o compreender”.
“Durante o regime comunista, o nível de crueldade foi terrível e quando vemos as imagens daqueles que foram mortos, não só católicos mas ortodoxos e muçulmanos… isto aconteceu porque eles afirmaram a sua fé. Cada uma das três comunidades deu testemunho de Deus e agora dá testemunho da sua fraternidade”, sublinhou.
A cooperação étnica e religiosa que reina atualmente naquela nação dos Balcãs deve para Francisco servir de exemplo para o mundo.
“A Albânia percorreu um caminho de paz, de convivência e de colaboração que vai muito além de outros países que também têm as mais diversificadas raízes étnicas”, apontou.
Depois da deslocação à Albânia, o Papa argentino vai visitar o Parlamento Europeu em Estrasburgo, no leste da França, a 25 de novembro.
Francisco admitiu ainda a possibilidade nesse mesmo mês de seguir viagem para a Turquia, dia 28, a fim de celebrar no dia 30 “a festa de Santo André” com o patriarca ecuménico da Igreja Ortodoxa, Bartolomeu I.
JCP