Bento XVI continua a consultar vários Cardeais a respeito do projecto de aprovação universal do uso do Missal de São Pio V (com a Missa em Latim). O Cardeal Jorge Medina, membro da Comissão “Ecclesia Dei”, referiu à agência italiana I-Média que o documento está “próximo”. A Comissão reuniu-se esta terça-feira, no Vaticano, para debater um projecto de decreto pontifício, a este respeito. A “Ecclesia Dei” é uma comissão que tem objectivo “facilitar a plena comunhão eclesial” dos fiéis ligados à Fraternidade fundada por Monsenhor Lefebvre, “conservando as suas tradições espirituais e litúrgicas”. Criada por João Paulo II, em 1988, a Comissão quer ser um sinal de comunhão para todos os fiéis católicos que se sentem vinculados a algumas precedentes formas litúrgicas e disciplinares da tradição latina, procurando adoptar “as medidas necessárias para garantir o respeito das suas justas aspirações”. Quanto ao Missal de São Pio V, que a Igreja Católica usava até a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, este foi substituído pela liturgia do “Novus Ordo” (Novo Ordinário). Contém a Missa celebrada em latim segundo a antiga tradição e actualmente só pode ser celebrada com permissão do Bispo local. A aprovação universal significaria que a Missa do antigo rito poderá ser celebrada livremente em todo mundo, pelos sacerdotes que assim o desejarem. Este poderia ser um passo importante para resolver o cisma lefebvriano, pois a possibilidade de celebrar livremente a Missa de São Pio V é um dos pontos de tensão nesta questão – ainda que não seja o único. Os livros litúrgicos redigidos e promulgados após o Concílio continuarão, contudo, a constituir a forma ordinária e habitual do Rito Romano.