Papa teme que a saúde se torne uma «mercadoria»

Bento XVI deixa alertas perante centenas de participantes em encontro mundial de responsáveis católicos

Cidade do Vaticano, 17 nov 2012 (Ecclesia) – Bento XVI alertou hoje para os riscos de a saúde se tornar numa “mercadoria”, limitando o acesso aos serviços sanitários por causa da crise económica que “retira recursos” a este setor.

“Hospitais e estruturas de assistência devem repensar o seu próprio papel para evitar que  a saúde, para além de ser um bem universal a assegurar e defender, se torne uma simples ‘mercadoria’ sujeita a leis do mercado e, portanto, um bem reservado a poucos”, disse o Papa perante de centenas de participantes ao encerrar a 27ª conferência internacional do Conselho Pontifício da Pastoral da Saúde (Vaticano), que decorreu desde quinta-feira.

O discurso papal aludiu à necessidade de uma “atenção particular” que é devida à dignidade das pessoas que sofrem, “aplicando também no âmbito das políticas de saúde o princípio de subsidiariedade e o de solidariedade”.

Hoje, disse Bento XVI, aumentaram as capacidades no campo técnico-científico, mas estão em quebra as capacidades de “cuidar”.

“Parecem ofuscar-se os horizontes éticos da ciência médica, que se arrisca a esquecer que a sua vocação é servir cada homem e todos os homens, nas diversas fases da sua existência”, acrescentou.

O Papa apelou ainda aos participantes para que promovam a ‘ciência cristã do sofrimento’, na qual se incluem “a compaixão, a solidariedade, a partilha, a abnegação, a gratuidade, o dom de si”.

A conferência ‘Hospital como lugar de evangelização’ reuniu no Vaticano 600 pessoas de mais de 60 países, incluindo Portugal.

Segundo o jornal do Vaticano, existem 120 mil estruturas de saúde católicas, que oferecem 17% das camas disponíveis para os doentes de todo o mundo.

No programa incluiu-se uma intervenção de Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, sobre o tema ‘A missão das Misericórdias pelos sofredores”.

OC

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