Papa sugere Bíblia para leitura de férias

«Não somos feitos só para trabalhar, mas também para pensar» e «refletir», afirmou Bento XVI na primeira audiência geral após a pausa de julho

Castel Gandolfo, Itália, 03 ago 2011 (Ecclesia) – O Papa propôs hoje aos católicos que façam uma leitura continuada da Bíblia durante as férias, desde os livros mais pequenos, como os de Tobias, Ester ou Rute, às “obras-primas” como Job, Qohélet ou Cântico dos Cânticos.

Na primeira audiência geral depois de uma pausa durante o mês de julho, Bento XVI sugeriu que os fiéis “tenham à mão, durante o período estival ou nos momentos de pausa, a Santa Bíblia, para a apreciar de uma maneira nova”, lendo “alguns dos seus livros, os menos conhecidos e também os mais notórios, como os Evangelhos”.

“Muitos cristãos deixaram de ler a Bíblia e têm dela um conhecimento muito limitado e superficial”, salientou o Papa, que fez votos para que uma “leitura continuada” do texto sagrado para os cristãos possa tornar-se um “enriquecimento cultural” e “nutriente do espírito, capaz de alimentar o conhecimento de Deus e o diálogo com Ele, a oração”.

Em agosto, mês em que os encontros públicos vão decorrer em Castel Gandolfo, Bento XVI pretende apontar “alguns aspetos de caráter espiritual e concreto” que lhe parecem “úteis não só para quem vive – numa parte do mundo – o período de férias estivais, mas também para todos aqueles que estão empenhados no trabalho diário”.

“Não somos feitos só para trabalhar, mas também para pensar, refletir ou simplesmente seguir com a mente e com o coração” uma história na qual “em certo sentido nos ‘perdemos’ para depois nos enriquecermos”, afirmou o Papa, cujas audiências gerais deste mês se enquadram nas catequeses semanais dedicadas à oração iniciadas em maio.

[[v,d,2258,Bento XVI: saudação em português na audiência geral de 03-08-2011, em Castel Gandolfo, Itália]]Alguns dos textos da “pequena ‘biblioteca’” que é a Bíblia “permanecem quase desconhecidos para a maior parte das pessoas”, disse Bento XVI, que recordou textos “muito breves” como o livro de Tobias, “uma narrativa que contém um sentido muito elevado da família e do matrimónio”.

Continuando a referir-se a textos curtos do Antigo Testamento, a intervenção aludiu ao livro de Ester, “no qual a rainha hebraica, com a fé e a oração, salva o seu povo do extermínio”, e ao “ainda mais breve” livro de Rute, narrativa de “uma estrangeira que conhece Deus e experimenta a sua providência”.

“Estes pequenos livros podem ler-se por inteiro numa hora”, frisou o Papa, que também destacou “obras-primas” de leitura exigente, como Job, que se detém sobre “o grande problema da dor inocente”, e Qohélet, também conhecido como Eclesiastes, que manifesta com “desconcertante modernidade” o “sentido da vida e do mundo”.

Bento XVI mencionou igualmente o Cântico dos Cânticos, “admirável poema simbólico do amor humano”, tendo passado seguidamente para o Novo Testamento, conjunto de obras “mais conhecidas” e com géneros literários “menos diversificados”.

No discurso que proferiu diante de centenas de fiéis, o Papa salientou a “beleza” da leitura “seguida” de um dos quatro Evangelhos, bem como dos Atos dos Apóstolos ou de uma das cartas que compõem a segunda parte da Bíblia.

Na alocução em língua portuguesa, o Papa saudou “de modo especial” os portugueses de Vidigueira e do Porto: “Não deixeis de aproveitar os momentos de descanso para redescobrir na leitura da Bíblia um enriquecimento cultural e, sobretudo, um alimento para os vossos espíritos. Que Deus vos abençoe!”.

RM

Notícia atualizada às 11h00

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Agência ECCLESIA

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