Bento XVI salientou na audiência geral desta Quarta-feira as capacidades intelectuais e a prática da caridade que caracterizaram a vida de São Boaventura (1221-1274).
Na terceira catequese consecutiva dedicada a este Doutor da Igreja de origem italiana, o Papa assinalou que ele não se deteve “na simples satisfação do saber”, tendo procurado “conhecer melhor o amado e amá-lo cada vez mais”.
Juntamente com São Tomás de Aquino, o religioso “foi responsável por um grande desenvolvimento no diálogo entre a fé e a razão que caracteriza a Idade Média”, acentuando cada um à sua maneira “a fecundidade da fé na diversidade das suas expressões”.
Na teologia de Boaventura – referiu Bento XVI – o primado da caridade explica-se pelo carisma da Ordem dos Franciscanos, a que pertencia, e pela influência das obras do chamado Pseudo-Dionísio Areopagita, para quem o amor penetra mais profundamente em Deus do que os limites da razão.
Neste sentido, o “Itinerário da Mente para Deus” – título de uma das obras mais importantes de São Boaventura – procurou convencer os seus contemporâneos não somente com a palavra mas também com o exemplo de vida, num percurso marcado pela razão e ampliado pelo amor.