Papa reza pela paz no Médio Oriente

Bento XVI pediu hoje que todos os cristãos rezassem pela paz no Médio Oriente e “pelas numerosas vítimas” do conflito entre Israel e o Líbano. No final da recitação do Angelus em Les Combes, nos Alpes italianos – onde se encontra para um breve período de descanso -, o Papa proferiu um apelo a favor da paz, manifestando a sua preocupação pela extensão de acções bélicas ao Líbano. O Papa condenou também o recurso às represálias e manifestou as suas graves preocupações, entre outras coisas, pelas numerosas vitimas entre a população civil. “Nestes últimos dias as noticias da Terra Santa são para todos motivo de novas graves preocupações, em particular pelo estender-se de acções bélicas também ao Líbano, e pelas numerosas vitimas entre a população civil. Na origem de tais contraposições desumanas estão infelizmente situações objectivas de violação do direito e da justiça”, disse. O Papa frisou, contudo, que “nem os actos terroristas nem as represálias, sobretudo quando existem consequências trágicas para a população civil, podem justificar-se”. “Por semelhantes caminhos – como a amarga experiência ensina – não se chega a resultados positivos”, alertou. Esta declaração aconteceu no dia dedicado a Nossa Senhora do Carmelo, Monte da Terra Santa que, a poucos quilómetros do Líbano, domina a cidade israelita de Haifa, também ela ultimamente atingida. “Peçamos a Maria, Rainha da Paz, para que suplique a Deus o dom fundamental da concórdia, reconduzindo os responsáveis políticos ao caminho da razão e abrindo novas possibilidades de diálogo e entendimento”, apontou o Papa. “Nesta perspectiva convido as Igrejas locais a elevar orações especiais pela paz na Terra Santa e em todo o Médio Oriente”, concluiu. Orações de Portugal Também hoje, D. Carlos Azevedo, Bispo auxiliar de Lisboa, na celebração que dá início ao VIII capítulo provincial a Congregação do Espírito Santo (Espiritanos) referiu que “nunca faltam pretextos a quem quer dominar o mundo”. “Daqui unimo-nos ao Papa Bento XVI que, após o Angelus de hoje, pede a todos os cristãos que rezem pela paz no Médio Oriente. Ai se cometem atrocidades repugnantes, como se o valor da vida dependesse do lado da barricada”, afirmou. Na homilia da celebração, realizada no Seminário da Torre d´Aguilha, o Bispo auxiliar de Lisboa sublinhou também que “leva tempo a distinguir entre possuir dinheiro e estar possuído pelo dinheiro. Pensam que têm dinheiro, mas o dinheiro é que os tem, pensam que têm poder, mas é o poder que os domina, pensam que justificam todos os comportamentos ofensivos e belicistas, mas a justiça mora ao lado, a paz anda longe e os direitos humanos são discurso para exportação”. Representantes do Papa atentos As Nunciaturas Apostólicas em Israel e no Líbano estão a seguir com apreensão o conflito entre os dois países. Israel impôs um bloqueio aéreo e marítimo ao Líbano e bombardeou o aeroporto de Beirute, numa ofensiva que já provocou algumas dezenas mortos. A ofensiva é uma resposta a ataques na quarta-feira do movimento xiita libanês do Hezbollah contra posições israelitas junto à fronteira com o Líbano, o primeiro dos quais resultou na morte de três militares israelitas e no sequestro de outros dois. D. Luigi Gatti, representante diplomático do Papa no Líbano assegurou que este “é um conflito que não queremos”, em declarações à agência católica italiana SIR. A visitar a Terra Santa desde o dia 11 de Julho, um grupo de peregrinos algarvios – acompanhados pelo seu bispo – “está a viver estes momentos com serenidade” – disse à Agência ECCLESIA D. Manuel Quintas, bispo do Algarve. Apesar de conhecerem a gravidade da situação “estamos a viver este peregrinação com intensidade e serenidade” – completou o prelado. Esta manhã, a cadeia televisiva libanesa noticiava que “o bombardeamento intensivo do zona sul de Beirute prosseguiu durante a noite” O barulho das explosões ouvia-se nos bairros residenciais da capital. Segundo a mesma fonte, os bombardeamentos visaram sobretudo o bairro de Haret Hreik, onde estão localizados os principais redutos do Hezbollah. Este foi o pior ataque do Líbano a Israel desde o início da onda de violência entre os dois países, na última semana.

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