Bento XVI deixa pedidos contra a crise, em especial na Europa Bento XVI visita este Domingo a abadia beneditina de Montecassino, na Itália, tendo assinalado no local o dia de oração pela Igreja na China.
“O meu pensamento vai para todo o povo chinês. Em especial, saúdo com afecto os católicos na China e exorto-os a renovarem neste dia a sua comunhão de fé em Cristo e de fidelidade ao sucessor de Pedro”, referiu, após a recitação da oração mariana do Regina Caeli.
“Que a nossa oração comum obtenha uma efusão dos dons do Espírito Santo, para que a unidade entre todos os cristãos, a catolicidade e a universalidade da Igreja sejam cada vez mais profundas e visíveis”, disse o Papa, responsável pela criação deste dia de oração pela unidade dos católicos na China, divididos entre a fidelidade a Roma e a obediência ao regime de Pequim.
No início da visita, Bento XVI presidiu a uma Missa no “Campo Miranda”, no coração da cidade de Cassino, diante de 20 mil pessoas.
Na sua homilia, o Papa falou do significado da Ascensão de Cristo: “O ser humano entrou de modo incrível e novo na intimidade de Deus; o homem encontrou para sempre espaço em Deus”.
“Entramos no céu na medida em que nos aproximamos de Jesus e entramos em comunhão com Ele. Portanto, a solenidade da Ascensão convida a uma comunhão profunda com Jesus morto e ressuscitado, invisivelmente presente na vida de cada um de nós”, precisou.
Segundo Bento XVI, “o mistério da ressurreição e da ascensão de Cristo ajuda-nos a reconhecer e a compreender a condição transcendente e escatológica da Igreja, que não nasceu e não vive para suprir a ausência do seu Senhor «desaparecido», mas encontra a razão do seu ser e da sua missão na invisível presença de Jesus“.
Europa e crise
A respeito da sua visita a Montecassino, o Papa falou da herança de S. Bento, que leva “a construir uma sociedade onde a solidariedade seja expressa por sinais concretos”.
A oração, o trabalho e a cultura eram as traves mestras da espiritualidade beneditina, que marcou a construção da Europa.
Bento XVI falou em especial da humanização do mundo do trabalho e da situação crítica de muitos operários da região: “Expresso a minha solidariedade às pessoas que vivem numa precariedade preocupante, aos trabalhadores que viram os seus contratos profissionais suspensos e àqueles que foram mesmo demitidos”.
O Papa pediu que sejam encontradas soluções para a crise, criando novos postos de trabalho para que as famílias sejam salvaguardadas.
“A comunidade que vive à volta de Montecassino – concluiu – é herdeira e depositária da missão de proclamar que, na nossa vida, ninguém e nada deve tirar o primeiro lugar de Jesus; da missão de construir, em nome de Cristo, uma nova humanidade marcada pelo acolhimento e pela ajuda aos mais fracos.”
A visita tem uma passagem pela Basílica da Abadia, para a celebração das Vésperas. No final da liturgia, o Papa visita o cemitério polaco, por ocasião dos 65 anos do bombardeamento dos aliados na Segunda Guerra Mundial.
Em Cassino e nos arredores, existem cinco cemitérios dedicados às vítimas do conflito mundial: inglês, francês, italiano, alemão e polaco. Este último tem 1052 lápides de soldados polacos e bielorrussos.
(Com Rádio Vaticano)