Papa representado nos funerais das vítimas do sismo

Igreja procura mobilizar meios para auxiliar os que foram atingidos pela tragédia O Vaticano anunciou que Bento XVI enviou o seu Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, aos funerais das vítimas do terramoto que atingiu o centro da Itália, esta semana. O número dois do Vaticano irá presidir às cerimónias, que têm lugar nesta Sexta-feira Santa. O Papa envia ainda o seu secretário pessoal, Mons. Georg Gänswein, como “sinal da sua proximidade pessoal a todos quantos sofrem por causa do terramoto”. O forte sismo de Segunda-feira, na Itália, fez pelo menos 278 mortos na região de Abruzzo, havendo ainda oito corpos por identificar, segundo o mais recente balanço divulgado pela polícia italiana. Entre 20 e 30 pessoas continuam desaparecidas. O tremor de terra provocou ainda 1179 feridos, dos quais 179 graves. Os funerais desta Sexta-feira só se celebraram por causa de um indulto concedido pela Congregação para o Culto Divino, dado que a norma litúrgica para esta dia é que apenas se celebre o rito comemorativo da Paixão do Senhor e não haja lugar para qualquer Missa. O Vaticano justifica a decisão com a “excepcionalidade do evento”. No final da Eucaristia desta Quinta-feira, em que foram benzidos os óleos dos catecúmenos, dos doentes e o crisma – que a Igreja usa depois durante o ano, o Papa lembrou o Arcebispo de L’Aquila e o seu clero, que por causa do violento terramoto da passada Segunda-feira não celebrarão esta Missa Crismal. Num sinal de “profunda comunhão e proximidade espiritual”, Bento XVI anunciou que parte dos óleos benzidos na Basílica de São Pedro serão destinados às zonas abaladas pelo sismo, um gesto sublinhado com uma longa salva de palmas pelos presentes. “Possam estes óleos santos acompanhar o tempo do renascimento e da reconstrução, sarando as feridas e sustentando a esperança”, disse. Na Quarta-feira, o Papa manifestara a sua intenção de visitar as populações atingidas pela tragédia assim que for possível. No nosso país, o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, enviou uma mensagem ao presidente da sua congénere italiana, manifestando “o mais sincero pesar pela tragédia que atingiu os vossos conterrâneos D’Aquila”. “Expresso a nossa solidariedade traduzida em preces ao Senhor Ressuscitado e na partilha de bens que estiver ao nosso alcance, conforme as orientações que vierem a ser dadas pela Caritas Internacionallis”, escreve Eugénio Fonseca, que neste momento se encontra de visita à Cáritas do Peru para conhecer as consequências que teve o sismo ocorrido em 15 de Agosto de 2007. “Desejo, na sua pessoa, a todos os que, através da Cáritas, estão envolvidos nas acções de emergência e irão empenhar-se nos projectos de reconstrução, a coragem para levar a esperança aos corações mais desanimados, a competência para a concretização feliz de todos os projectos que vierem a ser delineados e a bênção de Deus para que a paz e a confiança vos acompanhem”, acrescenta a missiva. Igreja que sofre O Pe. Massimiliano De Simone, capelão da prisão de L’Aquila e pároco de Civitatomassa, a 10 km da cidade, perdeu a casa e a igreja, mas não a vontade de estar ao lado de quem sofre, no seu caso ao volante de uma ambulância, transportando feridos e vítimas, procurando remédios e participando da evacuação do Hospital. O terramoto destruiu tudo. Agora, o sacerdote passa as noites nas barracas montadas por ele mesmo no terreno da paróquia, onde muitos também estacionaram os seus carros. Em L’Aquila e nas cidades destruídas, todas as celebrações da Semana Santa foram suspensas, excepto os funerais e as missas de Páscoa ao ar livre, nos campos. Os 80 mil fiéis da arquidiocese poderão participar em momentos de oração ao lado dos desalojados, nos acampamentos da Protecção Civil. A comunidade religiosa católica sofreu também perdas humanas: duas religiosas morreram e outra está ainda desaparecida, em São Gregório. Alguns conventos foram evacuados e as Clarissas de Paganica foram transferidas para outro edifício. O Pe. Alberto Lorenzelli, superior da circunscrição salesiana da Itália Central, que compreende a região de Abruzzo, comprometeu-se a promover uma intervenção do voluntariado salesiano, envolvendo jovens e os próprios religiosos. O jornal “L´Osservatore Romano”, do Vaticano, lançou uma campanha para recolher fundos para as vítimas. FOTO: ANSA

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