Papa recorda África, Médio Oriente e vítimas do sismo na Itália

Bento XVI enviou este Domingo a sua mensagem de Páscoa aos fiéis de todo o mundo, com um olhar particular sobre vários dramas do mundo actual, recordando em particular a sua recente passagem por África, a próxima viagem à Terra Santa e a tragédia do sismo que esta Segunda-feira atingiu a Itália. Na varanda central da fachada da Basílica de São Pedro, o Papa retomou uma passagem das suas intervenções na viagem aos Camarões, frisando que “a África sofre desmedidamente com os cruéis e infindáveis conflitos – frequentemente esquecidos – que dilaceram e ensanguentam várias das suas Nações e com o número crescente dos seus filhos e filhas que acabam vítimas da fome, da pobreza, da doença”. “Repetirei a mesma mensagem com vigor na Terra Santa, onde terei a alegria de me deslocar daqui a algumas semanas. A reconciliação difícil, mas indispensável, que é premissa para um futuro de segurança comum e de pacífica convivência, não poderá tornar-se realidade senão graças aos esforços incessantes, perseverantes e sinceros em prol da composição do conflito israelo-palestiniano”, assegurou Mais tarde, falando aos “homens e mulheres de Itália”, o Papa deixou uma palavra especial para “todos quantos sofrem por causa do terramoto” que provocou mais de 290 mortos, milhares de feridos e dezenas de milhares de desalojados, para além de um significativo rasto de destruição material. “Cristo ressuscitado guie todos pelos caminhos de justiça, solidariedade e de paz, inspirando em cada um a sabedoria e a coragem necessárias para prosseguir unidos na construção de um futuro aberto à esperança”, acrescentou. Como habitualmente, o Papa dirigiu a bênção «Urbi et Orbi», à cidade e ao mundo, saudando os peregrinos presentes na Praça de São Pedro e quantos seguiram a cerimónia através da comunicação social, em 63 línguas. “Uma Páscoa feliz com Cristo Ressuscitado”, disse em português. Para Bento XVI, “num tempo de escassez global de alimentos, de desordem financeira, de antigas e novas pobrezas, de preocupantes alterações climáticas, de violências e miséria que constringem muitos a deixar a própria terra à procura duma sobrevivência menos incerta, de terrorismo sempre ameaçador, de temores crescentes perante a incerteza do amanhã, é urgente descobrir perspectivas capazes de devolverem a esperança”. O Papa quis ainda lembrar de forma especial os cristãos que “sofrem perseguição por causa da sua fé e do seu compromisso em favor da justiça e da paz”. “A morte não tem a última palavra, porque no fim quem triunfa é a Vida. E esta nossa certeza não se funda sobre simples raciocínios humanos, mas sobre um dado histórico de fé: Jesus Cristo, crucificado e sepultado, ressuscitou com o seu corpo glorioso”, apontou. Para o Papa, “a ressurreição não é uma teoria, mas uma realidade histórica revelada pelo Homem Jesus Cristo por meio da sua «páscoa», da sua «passagem», que abriu um «caminho novo» entre a terra e o Céu”. “Não é um mito nem um sonho, não é uma visão nem uma utopia, não é uma fábula, mas um acontecimento único e irrepetível: Jesus de Nazaré, filho de Maria, que ao pôr-do-sol de Sexta-feira foi descido da cruz e sepultado, deixou vitorioso o túmulo”, prosseguiu. A mensagem papal voltou a deixar críticas “ao materialismo e ao niilismo”, à “visão do mundo que não sabe transcender o que é experimentalmente constatável e se refugia desconsolada num sentimento de que o nada seria a meta definitiva da existência humana”. FOTO: Lusa

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Agência ECCLESIA

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