Papa reafirma confiança no secretário de Estado

Bento XVI lamenta «críticas injustas» contra cardeal Tarcisio Bertone, um dos mais atingidos pelas recentes polémicas sobre fugas de documentos

Cidade do Vaticano, 04 jul 2012 (Ecclesia) – Bento XVI reafirmou a confiança no seu secretário de Estado, numa carta hoje divulgada pelo Vaticano, e lamentou as “críticas injustas” que diz terem sido dirigidas ao cardeal Tarcisio Bertone.

“Tendo notado com amargura as críticas injustas que se fizeram contra a sua pessoa, quero renovar a afirmação da minha confiança pessoal”, refere o Papa, na missiva em que evoca a carta de janeiro de 2010 em que confirmava a manutenção no cargo do cardeal Bertone, já após este ter completado os 75 anos previstos como limite pelo Direito Canónico.

Bento XVI diz que o conteúdo dessa declaração não se alterou e quis exprimir ao seu mais direto colaborador “profundo reconhecimento” pela “discreta proximidade” e pelo “conselho iluminado”.

Segundo o Papa, a presença do cardeal italiano foi “de particular auxílio nestes últimos meses”.

A carta, datada de segunda-feira, foi escrita antes da partida de Bento XVI para o período de férias em Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, que se iniciou ao final da tarde desta terça-feira.

O secretário de Estado do Vaticano, de 77 anos, foi colaborador do então cardeal Joseph Ratzinger na Congregação para a Doutrina da Fé.

O atual Papa escolheu o cardeal Bertone em 2006 para ocupar o lugar de máximo expoente da atividade diplomática e política da Santa Sé, substituindo o cardeal Angelo Sodano.

Numa entrevista publicada em junho, o secretário de Estado do Vaticano afirmou que os jornalistas têm lançado “mentiras” e “calúnias” sobre o Papa e os seus mais diretos colaboradores, lamentando o clima de “mesquinhez” que se criou nas últimas semanas.

O cardeal Tarcisio Bertone falava à revista internacional ‘Família Cristã’, na Itália, sobre caso de fugas de informação no Vaticano, conhecidas por ‘Vatileaks’, que deram origem à divulgação pública de dados reservados.

Referindo-se em particular à publicação de documentos reservados, o secretário de Estado sublinha que a violação do “direito à privacidade” é um “ato imoral de gravidade inaudita” que vai contra um direito “reconhecido especialmente pela Constituição italiana”.

OC

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Agência ECCLESIA

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