Papa quer paróquias ao serviço dos mais pobres

Bento XVI espera que as comunidades paroquiais da Igreja Católica sejam uma referência para os pobres, aos quais são chamadas a dar apoio. “Da união constante com Cristo, a paróquia tira energia para comprometer-se, sem regatear esforços, no serviço aos irmãos, particularmente os pobres, para quem representa uma referência primeira”, disse o Papa aos participantes da assembleia plenária do Conselho Pontifício para os Leigos. A paróquia, sustentou, deve ser uma “família de famílias”. Já na sua encíclica “Deus caritas est”, e na linha da tradição das primeiras comunidades, o Papa afirmara não ser tolerável que continue a haver, nas comunidades cristãs dos nossos dias, pessoas a quem falta o indispensável para uma vida digna. Aludindo ao exemplo das primeiras comunidades cristãs, Bento XVI recordou que o livro dos Actos do Apóstolos indica os “critérios essenciais” para uma compreensão correcta da natureza da comunidade cristã, quando descreve a primeira comunidade de Jerusalém “perseverante na escuta do ensinamento dos Apóstolos, na união fraterna, na fracção do pão e nas orações, uma comunidade acolhedora e solidária ao ponto de colocar tudo em comum”. O Papa salientou que a paroquia pode viver de novo esta experiência e “crescer no entendimento e na coesão fraterna” se rezar e escutar a Palavra de Deus, sobretudo se “participar com fé na celebração da Eucaristia”, presidida pelo sacerdote. Por isso mesmo, frisou que a renovação paroquial não depende de “programas definidos à volta de uma mesa de trabalho” ou de “ iniciativas pastorais”, por mais úteis e oportunas que sejam, mas de um renovado “encontro com Cristo, especialmente na Eucaristia”. “Alimentada com o Pão Eucarístico, ela (a paróquia) cresce na comunhão católica, caminha em plena fidelidade ao magistério e está sempre atenta a acolher e discernir os vários carismas que o Senhor suscita no Povo de Deus”, indicou. Os representantes do Conselho Pontifício para os Leigos, entre os quais se encontra o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, estão a debater o tema “A paroquia reencontrada. Percursos de renovação”. Para Bento XVI, a paróquia como “mistério de comunhão” é chamada a ser um “sinal e instrumento de actuação”. Sobre o papel deste Dicastério, o Papa falou com estima da sua “importância crescente”, lembrando que já nos seus tempos de serviço na Cúria Romana se dava conta da mesma. Como momentos marcantes, já depois do início do seu pontificado, assinalou a Jornada Mundial da Juventude de 2005, em Colónia, e o encontro com os Movimentos eclesiais e as novas Comunidades, na Praça de São Pedro, durante a Vigília de Pentecostes deste ano. O presidente do Conselho Pontifício, D. Stanislaw Rylko, referiu-se a estes dois eventos como “faróis de esperança para a Igreja”, na saudação que dirigiu a Bento XVI. Quanto ao tema da assembleia plenária, este responsável observou que para renovar a paróquia “não bastam mudanças meramente estruturais, mas é necessária uma formação permanente na fé, um programa sério de iniciação cristã”.

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