Quem apelida de «comunistas» os bispos e padres que defendem os mais carenciados «nada percebe da mensagem de Jesus», diz Francisco
Cidade do Vaticano, 16 jun 2015 (Ecclesia) – O Papa criticou hoje no Vaticano o rótulo de “comunistas” dado aos bispos e sacerdotes que centram o seu discurso na defesa dos pobres, sublinhando que “a pobreza está no centro do Evangelho”.
“Muitas vezes ouve-se dizer: ‘Mas este sacerdote fala demasiado de pobreza, este bispo fala de pobreza, este cristão, esta freira falam de pobreza…’ Mas se tirarmos a pobreza do Evangelho, nada perceberemos nada da mensagem de Jesus”, salientou Francisco durante a Missa desta manhã, na capela da Casa de Santa Marta.
Inspirado num texto de São Paulo aos Coríntios, dedicado à “verdadeira riqueza”, a do “coração”, o Papa argentino sublinhou que esta opção preferencial pelos pobres, presente na Doutrina Social da Igreja, não é uma ideologia” mas sim um mistério, “o mistério de Cristo que se rebaixou, se humilhou, se empobreceu para nos enriquecer”.
Nesse sentido, a Igreja fala nos pobres como aqueles de quem todos devem cuidar, devem dar de si, “inclusive do que é necessário, não o supérfluo”.
“Quando a fé não chega aos bolsos, não é genuína”, pois faltam as obras de “generosidade”, apontou Francisco, salientando que a “teologia da pobreza” anunciada pela Igreja implica “deixar-se enriquecer pela pobreza de Cristo e não querer ser rico com outras riquezas que não sejam as de Cristo”.
“A pobreza cristã é dar do que é meu ao pobre, porque sei que ele me enriquece. E por que o pobre me enriquece? Porque Jesus disse que Ele mesmo está no pobre”, concluiu.
JCP