Papa prepara nova operação de charme

Bento XVI vive, esta tarde, os momentos mais delicados da sua visita à Turquia, que incluem uma passagem pela antiga Basílica de Santa Sofia e pela Mesquita Azul, em Istambul. Após os encontros com a comunidade católica e com a Igreja Ortodoxa, o Papa volta agora a uma “operação de charme” dirigida à Turquia e ao Islão, à semelhança do que aconteceu em Ankara e mesmo em Éfeso. Aqui, Bento XVI foi visto com uma bandeira turca na mão e pronunciou a frase “eu amo os turcos”, como fez, no passado, o Beato João XXIII. A visita ao Museu de Santa Sofia, iniciada há momentos, tem mostrado um Papa em atitude de turista, muito atento às indicações que lhes são dadas por um guia fora do vulgar, o próprio Director do Museu. Esta visita foi feita por Paulo VI e João Paulo II, quando estes passaram pela Turquia. O Pe. Federico Lombardi, director da sala de imprensa da Santa Sé, explicou à Rádio Vaticano que o objectivo das visitas desta tarde é “reconhecer a história e a actualidade deste país, a sua grande herança cultural e religiosa através dos séculos”. “Estes dois actos relacionam-se com a grandeza da história da Turquia. É uma atitude de respeito e amizade do Papa”, acrescentou. A imprensa turca tem mudado a sua atitude em relação à visita de Bento XVI e tem-se deixado seduzir pelas suas palavras e gestos. “O Papa ganhou o coração dos turcos”, referia o jornal Posta; o jornal Radikal sublinha o esforço “de conciliação islâmico-cristão” do Papa. D. Georges Marovitch, porta-voz da conferência episcopal turca, revela à agência italiana SIR que tem ouvido frases como “que ele (o Papa) venha todos os anos”, “não é um inimigo do Islão, é bem-vindo”. “Bento XVI está a surpreender os turcos”, assegura, referindo que as pessoas não esperavam “um Papa tão amável e tão disponível a apreciar a realidade turca”.

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