Bento XVI criticou no último dia de 2006 a repetição, nas últimas horas do ano, de “alguns ritos mundanos, marcados sobretudo pela diversão e vividos muitas vezes para fugir à realidade”. Falando na tradicional cerimónia de acção de graças pelo ano que acaba, celebrada na Basílica de São Pedro, o Papa classificou muitas das celebrações de passagem de ano como “fuga à realidade”. Os cristãos devem ter, defendeu, um comportamento “diferente”. Nesse sentido, pediu-lhes que apresentem à Virgem Maria “as alegrias, esperanças, tristezas e angústias do homem moderno, dos pobres e de todos os que sofrem”. Na Oitava da Natividade, dedicada à Virgem, o Papa centrou a sua homilia na “maternidade de Maria”. A definição dogmática de Maria como “Mãe de Deus”, “Theotokos”, foi estabelecida no Concílio de Éfeso, em 431. “A comunidade cristã, seguindo o exemplo da Mãe de Deus, é convidada a manter o olhar fixo no Menino Jesus, novo Sol que apareceu no horizonte da humanidade e confortada pela sua luz, e a apresentar-lhe as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angustias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem”, afirmou Bento XVI fazendo referência a uma passagem da Constituição Gaudium et Spes. Os fiéis foram ainda convidados a uma reflexão sobre o tempo. “Uma dimensão – sublinhou o Papa – que se deve avaliar de um ponto de vista qualitativo e quantitativo”. “Dum lado o ciclo solar com os seus ritmos, do outro, aquela que São Paulo chama plenitude do tempo, isto é o momento culminante da historia do universo e do género humano, quando o Filho de Deus nasceu no mundo”, prosseguiu. “Somente Deus pode dar paz, conforto e Justiça. Nada é impossível a Deus”, disse Bento XVI a concluir a sua homilia. (Com Rádio Vaticano)