Cidade do Vaticano, 11 out 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco na homília de hoje, depois do Evangelho, alertou para a presença das tentações do demónio, pediu vigilância e contrariou os sacerdotes que definem o milagre de Jesus como uma cura de problemas psíquicos.
“Há alguns padres que quando leem esta passagem do Evangelho [Lc 11,15-26] e outras, dizem: ‘Mas Jesus curou uma pessoa de uma doença psíquica.’ Mas que parte é que leram? É verdade que naquele tempo era possível confundir uma epilepsia com a possessão do demónio mas também é verdade que havia o demónio! E nós não temos o direito de fazer tão simples a coisa, como que dizendo: ‘Todos estes não eram endemoniados, eram doentes psíquicos’, assinalou o Papa Francisco na eucaristia, na capela da Casa de Santa Marta.
“A presença do demónio está na primeira página da Bíblia e a Bíblia acaba também com a presença do demónio, com a vitória de Deus sobre o demónio”, acrescentou.
O Papa alertou para as investidas do maligno, por isso, pediu vigilância porque se o bem não for guardado “aparece o mal que é mais forte” através das “fraquezas e debilidades” porque o demónio “está sempre à espreita”.
Inspirado no Evangelho, que revela a expulsão de um demónio mas que depois regressa, Francisco na homília explica a forma de pensar do demónio: “Tu fizeste-te cristão, contínua com a tua fé, eu deixo-te tranquilo mas depois quando estás habituado e não fazes tanta vigilância e sentes-te seguro, eu volto.”
O Papa explicou que existem três critérios para discernir a presença do mal na vida de cada um: “o primeiro é não confundir a verdade, Jesus luta contra o diabo; o segundo é que quem não é com Jesus é contra Jesus, não pode haver atitudes pela metade e o terceiro critério é a vigilância sobre o coração, porque o demónio é astuto e nunca é expulso para sempre, pois só no último dia isso acontecerá!”
“Por favor, não façamos negócios com o demónio! Ele tenta voltar para casa e tomar posse de nós. Não relativizar, vigiar!”, conclui Francisco assinalando que é Jesus é a salvação e venceu o demónio.
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