Bento XVI lembra importância no país para pacificar o Médio Oriente
Bento XVI destacou esta Quinta-feira o papel da Turquia como “parceiro crucial” nas relações multilaterais entre a Europa e Ásia, bem como – “enquanto um Estado democrático secular” – entre o Islão e o Ocidente.
O Papa recebeu no Vaticano o novo embaixador turco, Kenan Gürsoy, convidando o país a “dar um contributo significativo no esforço de trazer paz e estabilidade ao Médio Oriente” e ajudar a resolver os conflitos que afectam a região há muito tempo.
“As disputas territoriais e as rivalidades étnicas só podem ser resolvidas satisfatoriamente quando as legítimas aspirações de cada parte são tidas em conta, se reconhecem as injustiças do passado e, quando possível, as mesmas são reparadas”, observou.
Bento XVI afirmou que a Santa Sé dá “alta prioridade à busca de soluções justas e duradouras para todos os conflitos da região” e está disposta a “colocar os seus recursos diplomáticos ao serviço da paz e da reconciliação”.
Recordando a visita que realizou à Turquia, em 2006, a primeira a um país “predominantemente muçulmano”, o Papa reiterou a sua “estima” pelos muçulmanos e assegurou o compromisso da Igreja Católica em “levar por diante um diálogo inter-religioso” de respeito mútuo e amizade.
O objectivo, assinalou, é que cresça uma “maior confiança entre indivíduos, comunidades e povos, especialmente nas áreas problemáticas do Médio Oriente”.
Um estatuto para os católicos
O 25.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a Turquia e a Santa Sé foi o mote para uma reflexão do Papa sobre a situação dos católicos neste país. Reconhecendo que “muito foi conseguido” neste quarto de século, Bento XVI deixou votos de que estas “relações ganhem em força e profundidade como resultado da colaboração contínua em muitas questões importantes”.
Os cristãos, assinalou, fazem parte da “República secular da Turquia”, ao lado da maioria muçulmana, “conscientes da sua antiga herança e do contributo significativo que deram à civilização, não só da vossa terra, mas de toda a Europa”.
O Papa assegurou que “os católicos na Turquia apreciam a liberdade de culto que é garantida pela Constituição” e estão satisfeitos por “poder contribuir para o bem-estar dos seus concidadãos, especialmente através do envolvimento em actividades caritativas e de assistência sanitária”.
Neste contexto, Bento XVI pediu ao governo turco que “faça todos os possíveis” para que esta comunidade “receba todo o apoio de que necessita”.
“A Igreja Católica na Turquia espera pelo reconhecimento jurídico civil. Isto ajudaria a gozar de plena liberdade religiosa e a dar um contributo ainda maior para a sociedade”, alertou.