Papa pede respeito total pela vida humana

Peregrinação ao túmulo de Santo Agostinho marcou primeira viagem de Bento XVI em 2007 Bento XVI realizou este fim-de-semana a sua primeira viagem de 2007 fora do Vaticano, deslocando-se às cidades de Vigevano e Pavia, no norte da Itália. A viagem fica marcada pela visita do Papa ao túmulo de Santo Agostinho e pelos apelos ao respeito pela vida “em todas as suas etapas”. A agenda da viagem incluiu visitas a uma universidade e um hospital, para além das Basílicas locais. Vigevano, como recordou o Papa, era a única diocese italiana que não fora visitada porJoão Paulo II. “Vim para vos encorajar a serdes testemunhas destemidas de Cristo”, disse sábado, na homilia da Missa celebrada com o Arcebispo de Milão, Cardeal Dionísio Tettamanzi e os Bispos da região. O Papa admitiu que “é difícil evangelizar uma cultura secularizada como a de hoje, mas os cristãos têm do seu lado o Senhor”. Ontem, na sua primeira paragem em Pavia, o policlínico São Mateus, o Papa deixou um firme apelo em favor da vida desde o momento da sua concepção até à morte. “O meu desejo é que o necessário progresso científico e tecnológico promova, juntamente com o bem-estar do doente, valores fundamentais como o respeito e a defesa da vida em cada uma das suas fases”, sublinhou. O momento mais desejado era, sem dúvida, a visita ao túmulo de Santo Agostinho (354-430), Bispo e Doutor da Igreja, situado na Basílica de San Pietro in Ciel d’Oro. Ali, Bento XVI prestou homenagem a uma figura determinante na história da Igreja, “que tanto influenciou a minha vida de teólogo e pastor”. Aos presentes, o Papa explicou que “a Igreja não é uma simples organização de manifestações colectivas nem a soma dos indivíduos que vivem uma religiosidade privada, é uma comunidade de pessoas que acreditam no Deus de Jesus Cristo e se comprometem a viver no mundo o mandamento do amor que Ele nos deixou”. Em seguida, Bento XVI presidiu a uma celebração eucarística que reuniu 20 mil pessoas, afirmando que “a conversão” cristã nunca está completa. Para além da conversão inicial, o cristão tem de viver toda a existência como um caminho de crescente conformação a Cristo. “Seguindo atentamente o percurso da vida de Santo Agostinho, pode ver-se que a conversão não foi um acontecimento de um só momento, mas sim um caminho. E pode ver-se que este caminho não estava concluído na fonte baptismal”, assinalou. Bento XVI desenvolveu as três grandes etapas do caminho de conversão deste Santo, as três “conversões” exemplificadas na vida de Agostinho, ao longo do qual ele aprendeu a “humildade – não só a humildade de inserir o seu grande pensamento na fé da Igreja, não só a humildade de traduzir os seus grandes conhecimentos na simplicidade do anúncio, mas também a humildade de reconhecer que a ele próprio e a toda a Igreja peregrinante era continuamente necessária a misericórdia de um Deus que perdoa”.

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