Bento XVI manifestou-se hoje preocupado com a situação política na Costa do Marfim, ao receber os Bispos católicos do país africano, mas defendeu que “o caminho para a paz é longo e difícil, não impossível”. Segundo o Papa, a crise marfinense mostrou “uma ferida profunda nas relações entre as várias partes da sociedade” nesse país. Bento XVI tinha-se pronunciado em Janeiro sobre os confrontos em Abidjan, na sequência de protestos dos partidários do Presidente Laurent Gbagbo, que exigiam a retirada das forças da ONU do país – cerca de sete mil “capacetes azuis” e quatro mil soldados franceses procuram manter a paz num país que se encontra dividido desde 2002 por uma guerra civil entre o sul governamental e o norte controlado pelos rebeldes. “A violência ameaçou gravemente as pessoas e a estabilidade do país, deixando atrás de si muito sofrimento, difícil de curar”, comentou o Papa. Bento XVI considera que “o restabelecimento de uma verdadeira paz só será possível através do perdão generoso e da reconciliação efectiva entre as pessoas e os grupos envolvidos”. O Papa apelou ao diálogo, para que se chegue a uma “solução aceitável para todos, na justiça e na verdade”. Nesse sentido, os católicos têm como responsabilidade “contribuir para o restabelecimento de relações harmoniosas e fraternas entre as pessoas e comunidades”.