Bento XVI espera que os dirigentes dos Estados Americanos sejam capazes de promover procurar novas modalidades para “anular as desigualdades sociais e promover a paz”, no respeito pela dignidade da pessoa humana. Isso mesmo é referido numa mensagem enviada à Cimeira da Organização dos Estados Americanos, que ontem se concluiu em Santo Domingo, na República Dominicana. O texto, enviado através do Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano, convida a “reduzir a violência e a pobreza, defender a vida desde a concepção e tutelar a família”. Bento XVI centrou a sua mensagem na dignidade da pessoa humana, destacando “o valor absoluto da vida humana, desde a sua concepção até á morte natural”. Lembrando que o continente americano tem um a tradição de respeito pela vida, o Papa denuncia “a pressão de correntes estranhas” à sua natureza. Para o Papa, é também uma prioridade favorecer as condições para que “diminua a violência nas suas várias formas, como o terrorismo, os ataques contra civis inocentes, sequestros, ameaças ou tráfico de droga”. A mensagem salienta também a necessidade de promover a família baseada no matrimónio, “lugar de aprendizagem, de conhecimento, da formação base do futuro protagonista da vida social”. “A família não pode desempenhar adequadamente a sua missão se não dispuser das condições materiais mínimas necessárias”, alerta o texto. Bento XVI quis depois chamar a atenção da Organização dos Estados Americanos para a persistência da pobreza, o aumento das desigualdades entre os mais ricos e os mais pobres. “Não se trata apenas de distribuir mais adequadamente aquilo que se possui, mas também de melhorar as condições da produção e de procurar novas modalidades de desenvolvimento em paz e harmonia para todos”, aponta o Papa. Neste sentido, “a Doutrina Social da Igreja oferece uma estrutura que permite lançar as bases para a edificação de uma sociedade que coloque no centro o homem e não o dinheiro ou as ideologias”, conclui o documento. A Assembleia Geral da OEA foi encerrada ontem com a aprovação da Declaração de Santo Domingo, na qual os líderes políticos do continente se comprometeram a promover as novas tecnologias, entre elas a Internet, como ferramentas de desenvolvimento. O lema da Assembleia foi “Governabilidade e desenvolvimento na sociedade do conhecimento”.