Papa pede intervenção na Síria

Francisco confessa «sofrimento e preocupação» perante violência que atinge população, em particular as crianças

Cidade do Vaticano, 25 ago 2013 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje à intervenção da comunidade internacional para calar as armas na Síria, manifestando o seu “sofrimento e preocupação” perante a violência que atinge a população do país, em particular as crianças.

“Apelo à comunidade internacional para que se mostre mais sensível perante esta trágica situação e coloque todo o seu empenho para ajudar a amada nação síria a encontrar uma solução para uma guerra que semeia destruição e morte”, disse Francisco, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, após a recitação da oração do Angelus.

O Papa disse seguir a “guerra entre irmãos” que nos últimos dois anos e meio já provocou mais de 100 mil mortos, incluindo 7 mil crianças, e mais de 4 milhões de refugiados e deslocados, segundo dados da ONU.

“O aumento da violência numa guerra entre irmãos, com a multiplicação de massacres e atos atrozes, que todos pudemos ver também nas imagens terríveis destes dias, leva-me mais uma vez a levantar a voz para que se cale o barulho das armas”, declarou, dias depois de ter sido denunciado um ataque com armas químicas contra duas áreas da periferia de Damasco, capital da Síria.

Francisco mostrou a sua solidariedade a todas as vítimas do conflito, prometendo orações “por todos os que sofrem, especialmente as crianças”, para que “mantenham sempre acesa a esperança de paz”.

“Não é o conflito que oferece perspetivas de esperança para resolver os problemas, mas é a capacidade de encontro e de diálogo”, prosseguiu.

O Papa pediu ainda aos presentes que rezassem a Maria, “Rainha da Paz”.

Antes do apelo, Francisco apresentou uma reflexão sobre o Evangelho proclamado este domingo nas missas celebradas em todo o mundo, no qual Jesus deixa um convite a entrar pela “porta estreita”.

“Hoje passamos diante de muitas portas que convidam a entrar, prometendo uma felicidade que dura um instante, que se esgota em si mesma e não tem futuro”, alertou, frisando que a fé em Jesus leva a sair da “indiferença para com os outros”.

“Pergunto-vos: sois cristãos de rótulo ou verdadeiros?”, questionou Francisco, para quem a fé deve ser testemunhada “na oração, nas obras de caridade, na promoção da justiça, cumprindo o bem”.

Nas saudações finais, o Papa recordou que muitas pessoas estão a concluir um período de férias e deixou votos de “um regresso sereno e comprometido à vida normal quotidiana, olhando para o futuro com esperança”.

OC

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