Fátima, 08 mai 2017 (Ecclesia) – O Papa disse hoje que vem até Fátima como “peregrino na esperança e na paz”, nos dias 12 e 13 de maio, e o programa no Santuário português vai refletir essa vontade de Francisco.
O percurso do Papa argentino no Santuário de Fátima, em destaque no Programa «70×7» da RTP2, começa com a passagem pelo ‘pórtico jubilar’ do Santuário, erguido para assinalar os 100 anos deste recinto de oração e que faz parte do “itinerário” que qualquer peregrino é convidado a cumprir.
De acordo com Carmo Rodeia, diretora do gabinete de comunicação do Santuário de Fátima, Francisco deverá chegar ao Santuário a partir das 17h35, entrando pelo “lado norte” do recinto, junto à Basílica da Santíssima Trindade.
O Papa “descerá no corredor central em papa móvel“ rumo à “Capelinha das Aparições, onde Nossa Senhora apareceu cinco das seis vezes que apareceu na Cova da Iria”, salienta aquela responsável.
Construída em 1919, a Capelinha das Aparições é considerada “o coração do Santuário de Fátima”, local para onde convergem os peregrinos quando chegam para agradecer a Nossa Senhora pelos objetivos atingidos e pelas graças recebidas.
Ali, a exemplo do Papa João Paulo II ou mais recentemente de Bento XVI, Francisco vai ajoelhar diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima e rezar com todos os peregrinos.
Alguns minutos depois, o Papa argentino irá recolher pela primeira vez aos seus aposentos, na Casa de Nossa Senhora do Carmo, para descansar um pouco antes das celebrações da noite.
“É uma casa de retiros, tem alojamento, também serve refeições e faz o acolhimento de peregrinos que queiram ficar aqui a pernoitar”, salienta Carmo Rodeia.
Este edifício, erguido pelo Santuário de Fátima para salvaguardar necessidades formativo-pastorais, alberga a maioria dos serviços do recinto, desde a Reitoria ao Alojamento e o Serviço de Estudos e Difusão.
O quarto de Francisco, situado no segundo piso, será o mesmo que acolheu os Papas João Paulo II (que veio a Fátima em 1982, 1992 e 2000) e mais recentemente Bento XVI, em 2010.
Este alojamento, sem luxos, é completado com alguns objetos que convidam à oração e à reflexão, como é próprio de qualquer peregrino.
Uma secretária, livros alusivos à mensagem de Fátima, uma bíblia e também uma imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Será na Casa de Nossa Senhora do Carmo que o Papa irá jantar no dia 12 de maio, num espaço privado normalmente utilizado como sala de visitas do Santuário, pelo reitor, o padre Carlos Cabecinhas, e pelo bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto.
No mesmo edifício Francisco vai ainda tomar o pequeno-almoço do dia 13 de maio e o almoço nesse mesmo sábado, neste caso com os bispos portugueses.
Para o dia 13 de maio, está marcado o ponto alto das comemorações do Centenário de Fátima, com a canonização de Francisco e Jacinta Marto, cujos túmulos o Papa irá visitar de manhã, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário.
Além de toda a simbologia da canonização, a própria eucaristia será marcada por momentos especiais, desde a utilização por parte de Francisco de um cálice feito a partir de dons oferecidos pelos doentes até à utilização do novo altar do Santuário, dedicado há cerca de um ano, e que permite ao celebrante estar mais próximo das pessoas.
O padre Joaquim Ganhão, responsável pelas celebrações litúrgicas, salienta a importância de uma obra que veio reforçar ainda mais “a experiência de Igreja” que o Santuário oferece aos peregrinos.
“Uma experiência de verdade, de uma multidão que se une no mesmo louvor, na mesma ação de graças, na mesma alegria e na mesma identidade de uma fé que acolhe e que faz transbordar de alegria. Aliás é uma das tónicas que este Papa tem dado ao seu ministério, este desafio à alegria”, frisa o sacerdote.
Nesta celebração final do Centenário, vão concelebrar com Francisco no altar do Santuário cerca de 140 sacerdotes, além de muitos outros, nacionais e estrangeiros, que pediram acreditação junto do Santuário de Fátima.
Quanto à presença de peregrinos, as autoridades de segurança preveem a receção a cerca de um milhão de pessoas.
HM/JCP