Vaticano promete atenção a todos os que foram vítimas de abusos sexuais
Bento XVI decidiu que irá acompanhar os Legionários de Cristo, nomeando um delegado e uma comissão para o estudo das constituições da congregação religiosa.
Após ouvir os cinco Bispos responsáveis pela visita apostólica que ele próprio ordenou, o Papa quis assegurar aos membros da congregação e do movimento laical “Regnum Christi” que a Igreja “tem a firme vontade de os acompanhar e ajudar no caminho de purificação que os espera”.
A congregação foi fundada pelo sacerdote mexicano, falecido em 2008, Pe. Marcial Maciel, acusado de ter cometido abusos sobre menores, entretanto reconhecidos pela sua própria congregação.
Bento XVI considera ser necessário o “diálogo sincero com os que, dentro e fora da Legião, foram vítimas de abusos sexuais e do sistema de poder concebido pelo fundador”.
Os bispos responsáveis por esta inspecção falaram com mais de mil legionários e recolheram centenas de testemunhos escritos.
“A visita apostólica pôde apurar que a conduta do Pe. Marcial Maciel Degollado causou sérias consequências na vida e na estrutura da Legião, que requerem um caminho de profunda revisão”, pode ler-se no comunicado oficial divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé.
Qualificando como “gravíssimos e objectivamente imorais” os comportamentos do Pe. Maciel, os inspectores nomeados pelo Papa afirmam que a maior parte dos Legionários de Cristo ignoravam a vida do seu fundador, “que habilmente soube criar álibis, obter confiança e silêncio”.