Bento XVI decidiu não inaugurar os trabalhos da próxima reuniãoda Comissão mista internacional para o diálogo teológico católico-ortodoxo, , anunciou hoje o Cardeal alemão Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade entre os Cristãos. Esta possibilidade tinha sido avançada pelo Patriarca Ecuménico de Constantinopla (Istambul) Bartolomeu I, quando Bento XVI visitou a Turquia em Novembro do ano passado. 2007 é um ano crucial para as relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa. O encontro de Ravenna entre os representantes do Vaticano e de todas as Igrejas Ortodoxas vai debater a questão da autoridade do Papa na Igreja. Ao longo do ano passado, Bento XVI confirmou a sua intenção de estar na linha da frente do diálogo ecuménico, com especial destaque para as relações católico-ortodoxas. Ao receber o Primaz Ortodoxo grego no Vaticano – a primeira visita oficial do género desde 1054 -, o Papa abriu caminho para desenvolvimentos significativos no campo das relações entre cristãos da Igreja Católica e da Igreja Ortodoxa. Menos de 24 horas depois da sua eleição, o Papa disse que eram necessários “gestos concretos” para promover qualquer avanço no ecumenismo. Eles têm sido muito visíveis nos tempos mais recentes e poderão deixar adivinhar um passo futuro, que inclua o desejado e aguardado encontro com Alexis II, Patriarca Ortodoxo de Moscovo. Apesar da importância que poderia ter uma plataforma de entendimento com a Rússia, parece claro que o Papa já identificou qual o principal tema em que se deve concentrar o diálogo católico-ortodoxo: a questão da autoridade da Igreja, sobretudo o que diz respeito ao papel do próprio Bispo de Roma na comunidade eclesial universal, tendo consciência da tradição de sinodalidade nas Igrejas Ortodoxas.