Papa: Missionários da Misericórdia vão para o meio do povo como sinais de «uma Igreja que acolhe e ama»

Cerimónia de envio está marcada para a missa de Quarta-feira de Cinzas, esta tarde no Vaticano

Cidade do Vaticano, 10 fev 2016 (Ecclesia) – O Papa vai enviar hoje mais de mil sacerdotes de todo o mundo, incluindo de Portugal, como “missionários da misericórdia”, da reconciliação e do perdão de Deus junto das pessoas.

Numa audiência realizada esta terça-feira, no Vaticano, Francisco dirigiu-se aos padres confessores já presentes em Roma, recordando-lhes que terão como missão, ao longo do Jubileu da Misericórdia, serem sinais da “maternidade da Igreja” no meio dos povos.

“Somos chamados a ser expressão viva da Igreja que, como mãe, acolhe quem quer que a ela recorra”, sublinhou o Papa argentino, alertando para a importância destes missionários privilegiarem “o testemunho” em vez do “juízo”.

“Não podemos correr o risco de, por causa da nossa rigidez, um penitente não perceber essa presença materna da Igreja que o acolhe e ama. Isso seria um dano grave, sobretudo para a própria fé, porque impediria as pessoas de se verem inseridas no Corpo de Cristo”, complementou.

Durante a sua intervenção, Francisco exortou os sacerdotes a entrarem sempre no confessionário com a noção de que são apenas “ministros” de Cristo e que eles próprios também “precisam do perdão de Deus”.

“Todo o missionário é chamado a recordar a sua própria existência de pecador e a colocar-se humildemente como canal da misericórdia de Deus”, complementou.

Segundo os números avançados pela Santa Sé, pelo menos 1070 sacerdotes de várias nacionalidades vão ser hoje enviados pelo Papa Francisco como missionários da misericórdia, no âmbito do Ano Santo que está a decorrer.

Neste grupo está incluído por exemplo o padre português Rui Valério, da Paróquia da Póvoa de Santo Adrião, em Lisboa, 

O momento de envio está reservado para a celebração desta tarde de Quarta-feira de Cinzas, que marca o início do tempo litúrgico da Quaresma.

Ao longo dos próximos meses, estes sacerdotes vão ter a faculdade de perdoar pecados “reservados”, ou seja, que só podem ser perdoados pela Santa Sé (Penitenciária Apostólica), como a profanação da Eucaristia, a violação do sigilo sacramental (por parte de um sacerdote) ou a violência física contra o Papa.

Por outro lado, como já tinha sido anunciado, durante todo o Ano Santo extraordinário qualquer sacerdote poderá absolver o pecado do aborto, uma faculdade atualmente concedida aos bispos, que a podem delegar a penitenciários de algumas basílicas e santuários.

JCP

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Agência ECCLESIA

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