Bento XVI voltou esta manhã a defender a importância das raízes cristãs do Velho Continente, ressaltando que “a história e a cultura da Europa têm o selo do Cristianismo”. O Papa, que falava ao novo embaixador da Áustria na Santa Sé, aludiu, em especial, aos 457 milhões de habitantes dos Estados-membros da UE, na sua maioria cristãos, assinalando que “o caminho futuro da integração europeia e o sucesso da construção da grande casa europeia” dependem da confiança que os cidadãos neles depositam. Só assim se poderá construir “um tecto debaixo do qual todos possam viver no respeito e no diálogo recíproco”. Num momento em que se discutem o processo de alargamento da União e a Constituição Europeia, Bento XVI observou que é fundamental perceber as questões da identidade e dos fundamentos espirituais em que se apoiam os Estados e os povos europeus. “Sem uma verdadeira comunhão de valores, não poderá ser realizada nenhuma segura comunhão de direito”, alertou. O Papa espera, por outro lado, que a Europa respeite e proteja sempre a família e a dignidade humana. “Qualquer política verdadeiramente humana parte do pressuposto de que a maior riqueza de uma nação são os próprios homens”, indicou.