Papa lembra exemplo de São Francisco de Assis

Bento XVI lembrou hoje o “luminoso exemplo” de vida de São Francisco, cuja memória litúrgica é celebrada pela Igreja neste 4 de Outubro. No final da audiência geral, no Vaticano, o Papa desafiou em particular os jovens a serem capazes de imitar o Santo de Assis “em plena fidelidade ao Evangelho”. São Francisco nasceu em Assis, no ano 1182. Depois de uma juventude afastada da fé, converteu se, renunciou a todos os bens e entregou-se inteiramente a Deus. Abraçou a pobreza para seguir mais perfeitamente o exemplo de Cristo e pregava a todos o amor de Deus. Formou os seus companheiros com normas excelentes, inspiradas no Evangelho, que foram aprovadas pela Sé Apostólica. Fundou também uma Ordem de religiosas e uma Ordem Terceira para seculares. Morreu em 1226. Cronologia 1181 (fins, ou princípios de 1182) – Francisco nasce em Assis, recebendo, no baptismo, o nome de João. Seu pai, no regresso duma viagem de negócios ao sul da França, muda-lhe o nome para Francisco. 1198 (Primavera) – Os habitantes de Assis assediam «La Roca» a fortaleza símbolo do poder imperial, e destroem-na. O Imperador era Henrique VI, da Alemanha. 1199 (a 1200) – Guerra civil em Assis, entre a nascente burguesia e a nobreza. Esta, incluíndo a família de Clara, refugia-se em Perússia. 1202 (Novembro) – Guerra entre Assis e Perússia. Na batalha da Ponte de San Giovanni Francisco cai prisioneiro e é conduzido para o cativeiro de Perúsia. 1203 Francisco, doente, é solto e regressa a Assis. 1204 Prolongada doença e convalescença de Francisco. 1205 (Primavera) – Francisco decide corresponder ao apelo do Papa e vai alistar-se nos exércitos comandados por Gualter de Brienne, para combater na Apúlia. Arma-se magnificamente e parte. Em Espoleto, por meio de uma visão, recebe «ordens» para regressar a Assis. 1205 (Verão) – A graça começa a tornar-se mais sensível e a trabalhar Francisco. Beijo ao leproso. Entretanto o «Rei da Juventude de Assis» participa numa última festa com os seus amigos. 1205 (fins) – Em S. Damião Francisco ouve o crucifixo dizer-lhe: «Francisco, vai e repara a minha Igreja que cai em ruínas». Vai à feira de Folinho vender alguns fardos de panos e oferece o dinheiro ao capelão da igreja de S. Damião, para reconstrução do templo. O capelão recusa. Francisco entra em conflito com o pai. 1206 (Primavera) – Perante o Bispo, Francisco despoja-se da sua roupa, renuncia aos bens do pai e parte para Gúbio. 1206 (Verão) – Francisco volta a Assis, veste-se com o hábito dos eremitas e começa a reparar a igreja de S. Damião. 1206 (Verão) até 1208 (Fevereiro) – Francisco repara sucessivamente S. Damião, uma capela dedicada a S. Pedro e a Porciúncula. 1208 (24 de Fevereiro) – Francisco ouve ler (na Porciúncula?) o Evangelho da festa de S. Matias e descobre, então, a sua vocação para a pobreza evangélica: modifica a sua veste, ficando apenas com uma túnica, cingida por uma corda. E começa a pregar. 1208 (16 de Abril) – Bernardo de Quintavalle e Pedro Catânio juntam-se a Francisco. 1208 (23 de Abril) – Gil de Assis junta-se ao pequeno grupo. 1208 (Primavera) – Primeira missão dos quatro. Vão dois a dois. Francisco e Gil percorrem a Marca de Ancona. 1208 (Verão) – Três novos companheiros, um dos quais é Filipe. 1208 (fins) – Segunda missão. Os sete vão a Poggio-Bustone e percorrem o Vale de Rieti. Novo companheiro. Terceira missão. 1209 (princípios) – Regresso dos oito à Porciúncula. Quatro novos companheiros. 1209 (Primavera) – Francisco escreve uma pequena Regra e parte para Roma com os seus onze companheiros. O Papa Inocêncio III aprova oralmente a sua forma de vida. No regresso demoram-se algum tempo junto da cidade de Orte, vindo, depois, para Rivotorto. 1209 (Setembro) – O Imperador Otão IV, atravessando o Vale de Espoleto, passa nas proximidades de Rivotorto. Francisco e os companheiros não vão assistir à passagem do cortejo… 1209 ou 1210 – Expulsos de Rivotorto por um lavrador que ali queria instalar o seu jumento, os irmãos instalam-se na Porciúncula. 1211 (no Verão?) – Francisco projecta uma missão à Síria. Os seus projectos são gorados. 1212 (18-19 de Março) – Na noite de Domingo de Ramos, na Porciúncula, Francisco recebe Clara e dá-lhe o hábito da penitência e da pobreza. Clara tem 18 anos. É 12 anos mais nova que Francisco. É a «primeira pedra» da Ordem das senhoras pobres, futuras Clarissas. Algumas semanas mais tarde Clara e as suas primeiras companheiras instalam-se em S. Damião, depois de terem estado no Mostei­ro de S. Paulo, das Beneditinas, a três quilómetros da Porciúncula, hoje S. Paulo de Bastia, no caminho de Perúsia. 1213 (8 de Maio) – O Conde Orlando de Chiusi dá o Monte Alverne a Francisco, para que nele faça um eremitério. 1215 (Novembro) – Em Roma Francisco assiste ao 4.º Concílio de Latrão. É provável que aí se tenha encontrado com Domingos de Gusmão. 1216 (16 de Julho) – O Papa Inocêncio III morre em Perúsia. Dois dias mais tarde é eleito, para lhe suceder, Honório III. Francisco encontra, provavelmente, o Arcebispo francês Tiago de Vitry. 1216 (no Verão) – Em Perúsia Francisco alcança do Papa Honório III uma Indulgência especialíssima para o dia aniversário da consagração da Porciúncula. 1217 (5 de Maio)- Capítulo Geral na Porciúncula. Primeiras missões para além dos Alpes e no ultramar. Francisco pretende ir a França, mas o Cardeal Hugolino retém-no em Florença e persuade-o a ficar na Itália. 1219 (fim de Junho) – Francisco embarca em Ancona para S. João de Acre e Damieta, no próximo oriente. 1219 (Outono) – Francisco encontra-se com o Sultão do Egipto. Depois dirige-se em peregrinação aos lugares santos. 1220 (Primavera e Verão) – Alertado pelas dificuldades porque está a passar a Ordem na sua ausência, Francisco regressa à Itália com Pedro Catânio, Elias e Cesário de Espira. Resigna o seu cargo de Ministro Geral e designa Pedro Catânio para lhe suceder. A pedido de Francisco o Papa designa o Cardeal Hugolino para protector da Ordem. 1221 (10 de Março) – Morte de Pedro Catânio. Frei Elias é designado para lhe suceder, com o título de Vigário Geral. 1221 (30 de Maio) – Capítulo Geral. Primeira Regra (das actualmente conhecidas). 1223 Em Fontecolombo, no princípio do ano, Francisco escreve a segunda Regra, que será discutida no Capítulo Geral de Junho e, depois, aprovada em 29 de Novembro desse mesmo ano pelo Papa Honório III. 1223 (24-25 de Dezembro) – Noite de Natal em Greccio. Presépio. 1224 (15 de Agosto a 29 de Setembro) – Francisco retira-se para o Monte Alverne, preparando-se, por meio duma quaresma, para a festa de S. Miguel. Em 14 ou 15 de Setembro recebe os estigmas (chagas) no seu corpo. 1224 (Outubro ou princípio de Novembro) – Francisco regressa à Porciúncula, passando por Borgo San Sepolcro, Monte Casalle e Cittá di Castelo. 1224 (Dezembro a Fevereiro) – Montado num jumento, Francisco empreende uma viagem de pregação pela Úmbria e pelas Marcas. 1225 (Março a Maio) – A doença dos seus olhos piora. Quase cego acolhe-se a S. Damião e, a instâncias de Frei Elias, aceita submeter-se a um tratamento, mas sem resultado. No meio de grandes sofrimentos ele recebe de Deus a certeza da sua salvação eterna e compõe o Cântico das Criaturas, ou do Irmão Sol. 1225 (Junho) – Francisco acrescenta uma estrofe ao Cântico do Irmão Sol e alcança a reconciliação entre o Bispo de Assis (D. Guido) e o «Podestá» da cidade (Berlinguério). Recebe uma carta do Cardeal Hugolino e deixa S. Damião, dirigindo-se para o Vale de Rieti. 1225 (princípio de Julho)- Acolhido em Rieti pelo Cardeal Hugolino e pela côrte papal, ele dirige-se para Fonteco­lombo para se submeter a um tratamento ordenado pelo Cardeal. Mas com a ausência de Frei Elias o tratamento é retardado. 1225 (Julho-Agosto) – Em Fontecolombo o médico cauteriza as têmporas de Francisco, mas sem resultado. 1225 (Setembro) – Francisco dirige-se e São Fabião, perto de Rieti, onde um outro médico tenta tratá-lo por meio de sangria das orelhas. A vinha do pároco de São Fabião, destroçada pelos visitantes de Francisco, produz, devido à oração deste, uma colheita maior do que a do costume. 1226 (Abril) – Ida a Sena para um novo tratamento. 1226 (Maio ou Junho) – Chegada ao eremitério de Celle di Cortona, onde redige o chamado Testamento de Sena. Depois regressa à Porciúncula. 1226 (Julho-Agosto) – Na época mais quente do verão Francisco demora-se em Bagnara, na montanha perto de Nocera. 1226 (Agosto-Setembro) – Piorando o seu estado regressa a Assis, passando por Satriano. Fica algum tempo hospedado no palácio do Bispo de Assis. Sentindo próximo o seu fim insiste em ser levado para a Porciúncula. Aí teria ditado o seu Testamento, muito mais longo que o de Sena. 1226 (sábado, 3 de Outubro) – Logo após o pôr do sol Francisco morre na Porciúncula. No dia seguinte é sepultado na igreja de S. Jorge, dentro das muralhas da cidade de Assis. O cortejo fúnebre passa por S. Damião e aí se detém por alguns momentos. 1227 (19 de Março) – O seu amigo, Cardeal Hugolino, é eleito Papa, tomando o nome de Gregório IX. 1228 (16 de Julho) – Em Assis Francisco é canonizado pelo Papa Gregório IX. 1230 Frei Elias manda exumar o corpo de Francisco e traslada-o para a cripta da Basílica construída em honra do Pobrezinho de Assis. Fonte: www.capuchinhos.org

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