Papa lembra Bispo dos primeiros séculos, casado e político

Na audiência geral desta quarta-feira, perante cerca de cinco mil peregrinos reunidos na sala Paulo VI do Vaticano, Bento XVI falou da figura de São Paulino de Nola (355-431), contemporâneo e amigo de Santo Agostinho que começou por ser político, casou e acabou por ser Bispo, após fundar uma comunidade monástica. “Com o seu talento poético e sua refinada educação literária escreveu muitos cantos para exaltar a beleza de Deus encarnado, crucificado e ressuscitado”, disse o Papa, que destacou ainda “o sentido de unidade Eclesial” dos escritos deste Santo. Originário de uma família rica, fez estudos brilhantes e desempenhou num primeiro tempo funções políticas, como governador da Campânia (na zona de Nápoles), “cargo em que se distinguiu pela sabedoria e pela cordialidade”, observou o Papa. O contacto com a fé simples e intensa do povo foi o caminho que o conduziu à conversão, não obstante as dificuldades e provações que essa opção para ele representou. Posto de lado pelos responsáveis políticos, recebeu inicialmente de Santo Ambrósio, em Milão, e depois em Bordéus (sua terra natal) a sua primeira formação cristã, recebendo aí o baptismo das mãos do bispo local, São Delfim. Casou-se com uma nobre de Barcelona, da qual teve um filho que morreu com poucos dias de existência. Paulino sentiu-se chamado a seguir totalmente Cristo, numa vida de oração, meditação das Escrituras, ascese e exercício da caridade. Retirou-se então, juntamente com a esposa, em Nola (na Campânia), onde fundou uma comunidade monástica. Quando morreu o bispo de Nola, em 409, foi escolhido para lhe suceder. Na sua vida pastoral dedicou especial atenção aos pobres, doando-lhes todos os seus bens. Era na Escritura – através da “lectio divina” – que encontrava inspiração para toda a sua existência. “Os seus escritos são cantos de fé e de amor, que exprimem nomeadamente um grande sentido da Igreja como mistério de unidade, levando os fiéis à amizade e à comunhão espiritual, sob a condução do Espírito Santo. Que o testemunho de Paulino de Nola nos ajude também a compreender o ensinamento do Concílio sobre a Igreja como íntima comunhão com Deus e da unidade do género humano”, indicou o Papa. Na saudação aos peregrinos de língua portuguesa, Bento XVI deixou votos de que “todos vivam com alegria o tempo natalício que se avizinha, na prática das boas obras, especialmente nos seus lares, pelos caminhos da salvação de Cristo: muito Boas Festas e um Feliz Ano Novo, com a minha Bênção Apostólica”. (Com Rádio Vaticano)

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Agência ECCLESIA

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