Nem tudo pode ser mercadoria e lucro, advertiu João Paulo II João Paulo II beatificou cinco religiosos no Domingo e lançou duras críticas, durante a cerimónia, ao excesso de economicismo da sociedade actual, “tentada a converter tudo em mercadoria e lucro”. A irmã Rosalie Rendu, figura popular de Paris, o franciscano belga Valentin Paquay, o religioso italiano Luigi Maria Monti, e os espanhóis Bonifacia Rodriguez Castro e Juan Nepomuceno Zegri y Moreno foram apresentados exemplos de oração e caridade numa época (séc. XIX) de mudanças e tensões sociais. “Os novos beatos interpelam a sociedade actual, tentada a converter tudo em mercadoria e lucro, deixando de lado os valores e a dignidade, que não têm preço”, assegurou o Papa. “O ser humano foi criado à imagem de Deus e é preciso defendê-lo, seja qual for a sua condição social e o seu trabalho”, acrescentou. João Paulo II pareceu estar em relativa boa forma, tendo lido toda a longa fórmula de beatificação, em latim, com a qual inscreveu no registo dos beatos os três sacerdotes e as duas religiosas. O Papa ajoelhou-se durante a consagração e leu com voz bastante clara e forte passagens do início e do final da homilia, deixando a três sacerdotes (um espanhol, um italiano e um francês) a leitura das passagens centrais, que havia preparado nestes três idiomas. A concelebrar a cerimónia esteve o cardeal português José Saraiva Marins, Prefeito da Congregação para as causas dos Santos. Com as beatificações deste Domingo, João Paulo II proclamou 1.324 beatos e 476 santos em 25 anos de Pontificado.
