Bento XVI considera que os católicos «não merecem» passar por tantos sofrimentos Bento XVI lembrou hoje que a Igreja “sofre ainda em várias partes do mundo”, condenando “as incompreensões e a hostilidade” com que os católicos se deparam em muitas situações. Para o Papa, estas situações não são “merecidas” pela Igreja Católica, tal como “o próprio Jesus Cristo não tinha merecido o seu suplício”. Na audiência geral desta manhã, dedicada a uma reflexão sobre o livro do Apocalipse, Bento XVI referiu-se ao drama vivido pelos primeiros cristãos, das Igrejas da Ásia, “desconcertados pelo silêncio de Deus perante as perseguições de que eram vítimas naquele momento”. As perseguições a que ainda hoje muitos católicos são sujeitos revelam, segundo o Papa, “a malvadez do homem quando se abandona às sugestões do mal, bem como a superior condução dos acontecimentos, por parte de Deus”. Por isso, sublinhou, os cristãos colocam a sua esperança na “vinda definitiva do Senhor”. “Estamos perante o típico paradoxo cristão, segundo o qual o sofrimento nunca é advertido como a última palavra, mas sim como ponto de passagem para a felicidade, mais ainda: o sofrimento é já misteriosamente embebida da alegria que brota da esperança”, indicou. A audiência, que decorreu no Vaticano e foi seguida por cerca de 7 mil peregrinos, concluiu-se com uma oração “pelo dom da paz para o mundo inteiro”. Na primeira fila deste encontro estava um grupo de padres de Taiwan. Falando em português, o Papa enviou “uma particular saudação aos peregrinos de língua portuguesa aqui reunidos, mormente o numeroso grupo de Portugal e os visitantes do Brasil”. “Faço votos por que esta passagem por Roma ‘para ver a Pedro’ reforce a própria fé na Igreja fundada por Cristo, e anime a um maior compromisso de oração e de ação pela difusão do seu reino neste mundo”, disse.