Papa lamenta «males» do mundo moderno

Mensagem de Bento XVI para o 82º Dia Mundial das Missões revela preocupações com o futuro da humanidade Bento XVI aproveitou a sua mensagem para o Dia Mundial das Missões 2008 para lançar um olhar preocupado sobre o panorama internacional: “Se por um lado mostra um grande desenvolvimento económico e social, por outro oferece-nos fortes preocupações sobre o futuro do próprio homem”. Entre os males de hoje, o Papa aponta a violência; a pobreza; a discriminação e as perseguições por motivos raciais, culturais e religiosos; o progresso tecnológico, com fins diferentes da dignidade humana e o bem do homem; o uso indiscriminado de recursos. “Perante este cenário” a esperança “surge aos crentes do Evangelho”. Bento XVI aponta que “Cristo é o nosso futuro” e o seu Evangelho “abre a porta negra do tempo e ilumina o futuro da humanidade no universo”. Neste 82.º Dia Mundial das Missões, o Papa lembra que “o mandato missionário continua a ser uma prioridade absoluta para todos os baptizados, chamados a ser «servos e apóstolos de Cristo» neste início de milénio”. A sala de imprensa do Vaticano disponibilizou este Sábado a mensagem de Bento XVI para o próximo dia 19 de Outubro, em que se assinalam mundialmente as missões, este ano sob o lema “Servos e apóstolos de Jesus Cristo”. Como modelo do empenho apostólico, o Papa indica particularmente São Paulo, “o apóstolo das gentes, uma vez que este ano celebramos o Ano Paulino”. Também hoje, como no tempo de Paulo, “a criação sofre” junto com a humanidade. São Paulo, segundo Bento XVI, “compreendeu bem que só em Cristo a humanidade pode encontrar a redenção e ter esperança”. Daqui surge a exigência do anúncio. Recordando a experiência de Paulo, “compreendemos que a actividade missionária é resposta ao amor. O amor de Deus nos redime e encoraja-nos para a missão ad gentes”. “É uma energia espiritual capaz de fazer crescer na família humana a harmonia, a justiça, a comunhão entre as pessoas, as raças e os povos, a que aspiramos”, refere. “É portanto Deus que conduz a Igreja rumo à fronteira da humanidade”. E a partir de Cristo “podemos atingir a atenção, a ternura, a compaixão, o acolhimento, a disponibilidade, o interesse pelos problemas dos outros, entre outras virtudes necessárias à mensagem do Evangelho para deixar todos e dedicarmo-nos completamente e incondicionalmente a espalhar no mundo a caridade de Cristo”, escreve o Papa. “Enquanto permanece necessário e urgente a evangelização em muitas regiões do mundo, diminui o clero e faltam vocações. Factos que afligem hoje várias dioceses e institutos de vida consagrada. É importante confirmar que, na presença de crescentes dificuldades, o mandato de Cristo de evangelização, permanece como prioridade”, pode ler-se. Nenhuma razão pode justificar uma “diminuição ou estagnação” nas missões, aponta Bento XVI. Anunciar o Evangelho, afirma o Papa, recordando as palavras de Paulo, “não é um peso, mas uma tarefa e uma alegria”. Bento XVI convida os bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos a um empenho nesta missão. Para os Bispos, o Papa afirma que o empenho “traduz-se no envolvimento das comunidades, nos contributos voluntários e no envio de presbíteros e leigos a outras Igrejas para o serviço da evangelização”. Bento XVI pede aos sacerdotes para serem “pastores generosos e evangelizadores entusiasmados”. O Papa pede aos religiosos e religiosas para levarem o “anúncio do Evangelho a todos, especialmente aos que estão longe, com um testemunho coerente com Cristo e uma opção radical pelo Evangelho”. Aos leigos, Bento XVI pede “empenho no testemunho num areópago complexo e multiforme da evangelização: o mundo”. Bento XVI lembra ainda o contributo que as Obras Pontificas Missionárias para as acções evangelizadoras da Igreja. O Papa convida a intensificar “sempre e mais a oração entre os cristãos, medida indispensável para difundir a luz de Cristo às pessoas”.

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